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Animais exigem atenção especial no final de ano

O final de ano é um período onde deve-se redobrar os cuidados com os animais, principalmente, com relação aos fogos de artifícios que podem gerar consequências graves. O abandono dos bichos de estimação, nesta época, também costuma ser maior em decorrência das viagens dos donos ou mudanças de cidade.

Pessoas ligadas às Organizações Não Governamentais (ONG's) e veterinários orientam sobre quais procedimentos devem ser tomados para evitar o sofrimento. De acordo com a veterinária Bárbara Graciela Maurício, a audição dos animais costuma ser mais sensível que a dos humanos e, por isso, as vibrações e os barulhos são ouvidos de longe.

"Eles têm a impressão de que estão sendo atacados e não sabem o que fazer ou para onde correr. Alguns podem sofrer de convulsões e, até mesmo, de parada cardíaca. Outros podem fugir e serem atropelados ou morrerem por ficarem enroscados em portões pontiagudos", ressalta.

O ideal, segundo a profissional, é procurar sempre deixar o ambiente calmo e com pouca luz. "É importante que eles tenham também uma companhia. Se os donos não puderem estar presentes, a televisão pode estar ligada ou o rádio. Tudo é importante no sentido de tentar aliviar o máximo possível o barulho dos fogos do lado de fora", comenta.

Outras medidas importantes também podem ser tomadas como colocar algodão nos ouvidos dos cães e gatos; além de remédios naturais que ajudam a aliviar a ansiedade. "Existem medicamentos que podem ser comprados em qualquer farmácia de manipulação. Mas o ideal é ir dando cinco dias antes para que possa fazer efeito. Em outros casos, têm remédios mais fortes para os cães e gatos que sofrem de alguma doença mais grave, mas que só podem ser receitados por um veterinário", diz Bárbara.

Projeto

A integrante da ONG Grupo Fauna, Karina Medaglia, aponta que os integrantes sugeririam em 2016 um projeto de lei para a Câmara de Vereadores propondo a proibição de fogos com ruídos.

"Até agora não obtivemos respostas, mas não vamos desistir deste projeto. Não são apenas cães e gatos que sofrem, mas animais de forma geral como cavalos, galinhas, pássaros silvestres, entre outros. As pessoas que estão internadas e os autistas, por exemplo, também são prejudicados. Não se respeita ninguém", apontou.

 

ONG's apontam preocupação com o abandono

O abandono de animais também é um assunto que gera preocupação nesta época do ano. Instituições que realizam trabalhos de resgate e acolhimento de bichos de rua apontam ainda que muitas pessoas têm o hábito de adotar e depois abandonarem novamente.

"Muitos acham que é muito mais fácil abandonar, deixar na rua ou dar para alguém por não se adaptarem com o animal ou por perceberem que esse próprio animal não conseguiu se adaptar com o novo lar", explica Maria José Zimermann, fundadora da Associação Protetora dos Animais de Ponta Grossa (APA-PG), juntamente com o marido Cássio Ajus da Silveira.

Atualmente, a APA tem 40 animais acolhidos e que esperam por adoção. "Fazemos todo o trabalho de resgate, tratamento de doenças, esterilização e o encaminhamento para a adoção. É um trabalho que leva meses e novamente encontramos situações em que houve abandono. Por isso, eu acho que falta a realização de um trabalho de conscientização junto das escolas, por exemplo", sugere.

Um trabalho semelhante é realizado pelo Grupo Fauna que conta com cerca de 60 animais acolhidos pelos integrantes da ONG. "Além de todos os cuidados que temos, também atuamos com as políticas públicas e estamos brigando pelos direitos dos animais", destaca Karina.

 

Animais devem ter companhia para evitar sofrimento com fogos de artifício (Foto: José Aldinan)

 

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