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Adoção de criança em Ponta Grossa aumenta durante pandemia

O mundo precisou se adaptar por causa da pandemia do novo coronavírus e a situação de crianças e adolescentes que estão em casas de acolhimento também sofreu mudanças. O lado positivo é que mesmo em meio a esse período de caos, desde março até o começo do mês de julho, 17 crianças encontraram um lar.

Uma das famílias que adotou neste período explica como foi o processo, para saber mais clique aqui.

Esse número de adoções representa um aumento de cerca de 30% em relação a esse mesmo período do ano passado. Para isso ser possível foi preciso se reinventar, como destaca a titular da Vara da Infância e Juventude de Ponta Grossa, juíza Noeli Salete Tavares Reback. “Conseguimos nos adaptar de uma maneira extremamente rápida e nos reinventamos em relação à formalidade no processo de adoção”.

Questionada se esse crescimento teve relação com a pandemia, a Juíza afirma que a situação é muito mais complexa. “Eu não gosto de falar em estatísticas, porque a adoção está associada com uma conjuntura de fatores. São fatores sociais, psicológicos, familiares. Então não é possível dizer que um período tem mais ou menos adoção por isso ou por aquilo, mas sim por um número grande de motivos”, esclarece.

Emoção

O formato no processo de adoção foi alterado e acontece de maneira remota. “Trazemos na frieza da internet a emoção de quem está recebendo um filho”. Para a juíza o momento serviu de aprendizado e mostrou que é possível criar e manter vínculo com as pessoas mesmo que seja pela tela de um computador ou celular. “Vimos o choro e nos emocionamos juntos. Foram momentos especiais e que nos mostraram que sempre é possível nos reinventar”, relata.

Em nenhum momento as adoções ou os encaminhamentos precisaram sofrer interrupções. “Por coincidência na primeira semana do período de pandemia, no final de março e início de abril, nós tivemos inúmeras adoções, tivemos situações de crianças recém-nascidas em hospitais que precisavam de um encaminhamento urgente”, relata a Juíza.

Paraná

O novo cenário global não alterou a principal dificuldade: o interesse pela adoção tardia. No Paraná, há 449 meninos e meninas aguardando adoção. Os dados são do Cadastro Nacional de Adoção, coletados em 8 de julho de 2020. Por outro lado, há 3.607 pretendentes na lista de espera por um filho ou filha. Em tese, portanto, há mais pretendentes do que crianças ou adolescente aptos para adoção. Essa é uma conta que não fecha, porque a grande maioria das pessoas deseja adotar bebês ou crianças bem pequenas.

De acordo com a juíza, 80% das pessoas buscam adotar crianças de zero até 2 anos. “A partir dessa faixa etária vai reduzindo bastante o interesse”, explica. A procura reduz ainda mais acima dos 8 anos, assim como grupos de irmãos e outros perfis especiais.

Cidade

Em Ponta Grossa, ainda conforme a titular da Vara da Infância e Juventude, há 160 pretendentes inscritos e uma média de 50 a 60 crianças acolhidas nas entidades. “Em tese bastaria encaminhar esses meninos e meninas para essas famílias, mas parte delas não está apta para adoção e as que estão infelizmente não são do perfil daqueles que estão habilitados”, desabafa. Na cidade, há quatro casas de adoção, para saber mais clique aqui.

A juíza aponta alguns desses casos. “Temos hoje esperando adoção, alguns com já bastante tempo de instituição, grupos de três irmãos, com idades de 9, 11 e 12 anos. Temos adolescentes do sexo feminino de 17 anos. Dois adolescentes de 15 e 16 anos do sexo masculino. Continuamos em busca de famílias para esses meninos e meninas”.

Reportagem produzida pela estudante do último ano de Jornalismo Naiâne Jagnow, da Unisecal, estagiária regulamentada do Diário dos Campos sob supervisão do editor-chefe Walter Téle Menechino.

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