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Região pode se tornar referência em ovinocultura

De 17 a 22 de julho, Ponta Grossa receberá um evento de relevância no setor pecuário brasileiro. O Município é o primeiro a conquistar uma edição da Feira Nacional de Ovinos (Fenovinos), que por 28 anos aconteceu exclusivamente no Rio Grande do Sul. Esta será a segunda vez que a cidade está organizando a exposição, que, a partir de agora, ganha uma versão estadual. O Centro Agropecuário sediará a XXX Fenovinos e a I Fenovinos Paraná. A realização fora do território de origem é o primeiro passo para a região se transformar, futuramente, em referência internacional.

Ao conquistar a Fenovinos, Ponta Grossa, que já conta com um forte trabalho na área da genética de ovinos, ganhou a atenção de especialistas estrangeiros. Esta edição da feira está sendo divulgada na Nova Zelândia (indústria mundial da ovinocultura), Austrália, Finlândia e América do Sul.

As discussões sobre a ovinocultura se iniciaram de forma tímida nos Campos Gerais, com um workshop em meados de 2001, em Castro. De lá para cá, a dedicação aos ovinos foi ganhando adeptos e muitos trabalhos foram sendo realizados por duas instituições de ensino superior do Município: Cescage e UEPG.

Com um rebanho discreto, entre 15 mil e 20 mil matrizes em produção, a região tem grande potencial para a ovinocultura, atividade rentável e que não demanda área específica para o rebanho. Pode ser conciliada com a agricultura. Enquanto um bovino necessita de um hectare, de 20 a 30 cabeças de ovinos ocupam o mesmo espaço, ou seja, um hectare.

Para o consumo, o Brasil importa entre 12 mil e 15 mil toneladas de carne de ovinos, volume vindo do Uruguai. Isto representa quase 20 mil animais abatidos por ano, segundo o professor e pesquisador da UEPG, Izaltino Cordeiro.

Ele considera essencial um trabalho de fomento junto aos produtores, como forma de desenvolver a ovinocultura regional, já que há mercado para a carne. O pesquisador, com reconhecimento internacional na área, salienta sobre a importância do desenvolvimento com foco no aprimoramento genético, o que implica no abate entre 90 e 120 dias diferentemente dos convencionais sete meses de idade do animal. “O cordeiro novo tem suculência na carne, sabor aperfeiçoado para paladares e alta digestibilidade”, explica.

Todas as vantagens da criação de ovinos para os produtores e as oportunidades de mercado serão discutidas na Fenovinos.

 

 

Izaltino chama atenção para o potencial que a região tem para a ovinocultura

Foto: Rodrigo Covolan

 

 

Ovinocultura está direcionada à genética

A ovinocultura está direcionada para a genética e exige um rebanho menor que a comercial. No Paraná o rebanho é de 650 mil cabeças, quantidade que poderia ser maior se o foco não fosse apenas à agricultura. “A região tem um potencial muito grande para desenvolver a ovinocultura”, considera o presidente da Sociedade Rural dos Campos Gerais, Edilson Gorte, que é também diretor Rural na Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa (Acipg).

Diante do que representa a ovinocultura, a Sociedade Rural (ao lado dos demais realizadores) atuou fortemente para trazer a XXX Fenovinos para Ponta Grossa e realizar a I Fenovinos Paraná.

Além de promover ranking, julgamento e leilões, a Fenovinos Paraná envolverá todas as associações nacionais de ovinos, todos os rankings nacionais, inclusive o estadual, e terá repercussão internacional pelo espaço que abre não só a Ponta Grossa, mas as demais cidades paranaenses que poderão se cadastrar para receber as edições da feira.

 

 

Edilson Gorte, Ivonei Vieira, Izaltino Cordeiro com demais realizadores trabalham à frente da Fenovinos

Foto: Rodrigo Covolan

 

Programação tem Encontro Mercadológico da Carne

A atenção dos produtores, de 17 a 22 de julho, se voltará não apenas a ovinocultura, mas à pecuária de modo geral. Junto com a XXX Fenovinos e I Fenovinos Paraná acontecerá o 3° Encontro Mercadológico da Carne, onde especialistas estarão falando sobre raças próprias para a carne, bem como sobre o mercado.

No dia 20 de julho, o tema será bovino de corte/pecuária moderna. Através de um rally serão visitadas propriedades rurais na região com rebanhos de Charolês e Angus. No dia 22, o assunto será pastagem, onde acontecerá uma visita à Fazenda Modelo do Iapar, onde nasceu a raça Purunã, que também será destaque no Encontro.

 

Feira representa desenvolvimento econômico

Para o secretário municipal de Agricultura e Pecuária, Ivonei Vieira, a XXX Fenovinos e I Fenovinos Paraná representa o desenvolvimento econômico de Ponta Grossa “não só o rural, mas o urbano”, através da movimentação do setor de serviços (hotéis e restaurantes) e do comércio. A previsão é que a feira atraia em torno de 1.500 pessoas, todas com interesse técnico, além de visitantes.

Neste momento, das 40 cabañas convidadas para participar como expositores, 20 confirmaram presença. Serão mais de 400 animais em exposição, sendo 200 já confirmados para o leilão comercial, além de 300 para o de elite. A movimentação com os leilões deverá atingir R$ 500 mil.

O secretário ressalta ainda a importância da Feira Nacional como forma de fazer os produtores pensarem na criação de ovinos, com tecnologia diferente. “A pecuária começa a ser desenvolvida com mais carinho, mais profissionalismo e mais genética”, diz.

São parceiros na realização da Fenovinos a Prefeitura de Ponta Grossa, a Sociedade Rural dos Campos Gerais, a UEPG, o Cescage Genética, a Acipg e a Cooperativa dos Produtores de Ovinos e Caprinos dos Campos Gerais (Coopegera).

 

A XXX Fenovinos e I Fenovinos Paraná em números

1.500 pessoas nos eventos técnicos

40 cabañas  convidadas para XXX Fenovinos e I Fenovinos Paraná

300 cabeças de ovinos no leilão de elite

200 cabeças de ovinos no leilão comercial

R$ 500 mil estimativa de movimentação nos leilões

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