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Copel testa ‘nobreak gigante’ para uso no Paraná

O novo sistema de bateria pode garantir o fornecimento de energia em situações críticas

O armazenamento de energia elétrica em grande escala é o foco de um novo projeto que a Copel está desenvolvendo. Com 1 MW de potência instalada, a estrutura é formada por um conjunto de baterias e um transformador (uma espécie de nobreak), instalados em duas carretas que podem ser deslocadas para atender qualquer cidade do Paraná. 

Ao ser conectada à rede, a estrutura pode fornecer energia à população em momentos de maior demanda. Até mesmo, em caso de desligamento de parte da rede. Quando a demanda por energia diminui, o sistema pode ser reabastecido pela própria rede elétrica. Além disso, a solução pode garantir o atendimento a consumidores que dependem de energia ininterrupta, como acontece em instalações de avicultura ou fumicultura. 

Um Nobreak da Copel?

A iniciativa integra um projeto de pesquisa e desenvolvimento (P&D Aneel) que testa o funcionamento de quatro sistemas de armazenamento em diferentes regiões do Estado. Ao todo, a companhia está investindo R$ 34,6 milhões nas soluções. O sistema móvel, que está sendo testado em Curitiba, conta com 1,4 MWh (megawatt-hora) de energia armazenada, o suficiente para fornecer energia por um mês a 10 mil residências que tenham um consumo de 100 kWh (quilowatt-hora) por mês. 

“Os sistemas de armazenamento de energia ainda são uma novidade quando falamos de geração e consumo em grande escala”, ressalta Júlio Omori, superintendente de Smart Grid e Projetos Especiais da Copel. Ele explica que, atualmente, no país, toda a energia gerada deve equivaler à demanda, à soma de todo o consumo do país em um determinado instante. 

“Com baterias capazes de armazenar grandes quantidades de energia, a sociedade como um todo ganha, porque poderemos diminuir o desperdício de energia e garantir abastecimento em situações críticas, especialmente diante dos desafios colocados pela transição energética e pelo aumento da demanda por energia limpa”, complementa. 

Pesquisa e tecnologia para diferentes soluções 

Além das baterias transportáveis, o investimento inclui a instalação de outros três sistemas de armazenamento, que serão testados pela Copel em 2024. Cada um terá uma aplicação distinta e permite à companhia analisar sua aplicação em um cenário diferente.  Na vila de Faxinal do Céu, no centro do Estado, um conjunto de baterias, com 250 kW de capacidade e 860 kWh de energia armazenada, será instalado junto a um sistema de geração fotovoltaica. Um dos objetivos é avaliar o funcionamento das baterias em conjunto com um sistema de geração, permitindo a possibilidade de auxiliar a rede da Copel e a até operar totalmente isolado. O local conta com a rede inteligente da Copel, o que facilita o controle e a gestão da qualidade do fornecimento de energia. 

Em Ipiranga, no Centro-Sul, a companhia vai instalar dois sistemas de armazenamento. Com 250 kW de capacidade e 1.505 kWh de energia instalado, um deles é formado por baterias de lítio, que são mais leves e compactas do que baterias convencionais, e possuem um sistema de controle avançado, que facilita o monitoramento dos equipamentos. O outro emprega baterias de fluxo, que apresentam uma vida útil mais extensa e, pela sua durabilidade, pode ser uma solução mais eficiente para sistemas fixos. Ele conta com 250kW de potência e 1.200 kWh de energia armazenada. O objetivo é comparar o desempenho dos dois sistemas. 

Na Ilha das Cobras, no litoral do Paraná, está sendo instalado outro sistema de armazenamento, com 75 kW de potência e 430 kWh de energia armazenada. Conectado a uma usina solar fotovoltaica com 71 painéis e 31 kWp de potência, a estrutura vai garantir fornecimento de energia sustentável a uma escola de gastronomia e hotelaria que o governo do Estado colocará em funcionamento no local. O sistema fotovoltaico foi a solução mais sustentável encontrada para fornecer energia ao local. Por sua vez, as baterias garantem a disponibilidade de energia mesmo em dias chuvosos, quando não há produção de energia solar.  

“Nós vamos testar o uso dos sistemas de armazenamentos sob diversas condições. São diferentes tecnologias empregadas, em ambientes variados, mas com um mesmo objetivo, utilizar as baterias para aumentar a confiabilidade do fornecimento de energia, principalmente nas situações em que os consumidores mais precisam dela”, sintetiza Omori.  

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