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Baia de Guaratuba: nova ponte deve resgatar fauna marinha

Nova ponte deve proporcionar retorno de fauna marinha à Baia de Guaratuba / Foto: AEN

Durante a elaboração dos estudos ambientais da nova Ponte de Guaratuba, no Litoral, pesquisadores observaram que ela deve trazer grandes benefícios para a fauna marinha local, recuperando um ecossistema prejudicado por anos pelo tráfego intenso de ferry boat e balsas, inclusive com o retorno de fauna para a baía.

A obra é administrada pelo Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER/PR), autarquia da Secretaria de Infraestrutura e Logística (SEIL), representando um investimento de R$ 386.939.000,00.

Assim que estiver concluída, a Ponte de Guaratuba vai substituir a travessia por ferry boat, que é a principal fonte de ruído antropogênico (criado por atividade humana) subaquático na baía, considerado por estudiosos um fator negativo e de grande relevância no comportamento de cetáceos, grupo de animais formado por golfinhos, botos e baleias.

Durante o monitoramento de fauna na baía de Guaratuba, realizado nas campanhas pré-obras, foi avistado um único par de botos-cinza, a sete quilômetros da região da ponte, apesar de avaliações em décadas anteriores terem verificado a presença de até 32 botos-cinza na baía. A redução dos animais pode ser atribuída à intensificação do movimento da travessia de ferry boat nos anos seguintes, bem como maior fluxo de outras embarcações.

Durante uma das campanhas de levantamento de fauna foi registrado ruído subaquático equivalente a 241 decibéis, um dos maiores documentados tanto no Paraná quanto em relação a áreas de monitoramento de cetáceos.

Conforme o relatório, com embasamento de diversos estudos específicos sobre estes animais, o ruído criado por atividade humana afeta o comportamento, saúde, distribuição de grupos e dinâmica populacional de golfinhos e botos, fatores que podem resultar no deslocamento deles para longe da fonte dos ruídos.

Os benefícios da construção da Ponte de Guaratuba e encerramento da atividade do ferry boat devem se estender às tartarugas marinhas e também às diversas espécies de peixes observados na baía, que contarão com um ambiente melhor para alimentação, reprodução e descanso.

Golfinhos

No litoral paranaense as espécies mais comuns de cetáceos são o boto-cinza (Sotalia guianensis), a toninha (Pontoporia blainvillei) e o boto-caldeirão (Tursiops truncatus).

Obra

A Ponte de Guaratuba terá 1.244 metros de extensão, com um vão principal de 160 metros, e canal de navegação de 17 m de altura por 90 m de largura. Quanto aos acessos, o projeto totaliza no eixo principal a extensão de 1.826 metros, sendo 951 metros no lado de Guaratuba e 875 metros no lado de Matinhos. Dentro do projeto está prevista também a implantação de vias locais e conexão à Estrada de Cabaraquara.

A obra terá prazo de 24 meses para a execução após emissão da Licença de Instalação, atualmente em análise no Instituto Água e Terra (IAT). A estrutura terá quatro faixas de tráfego, duas faixas de segurança, barreiras rígidas em concreto, calçadas com ciclovia e guarda-corpo nas extremidades.

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