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Testes apontam que plasma possui anticorpos para tratamento da covid-19

Pesquisa

O Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná (Hemepar) de Ponta Grossa informou que o plasma convalescente coletado de três doadores apresentou resultado positivo para a presença de anticorpos que podem ser utilizados no tratamento de pacientes que tenham sido contaminadas pela covid-19 e que estejam em estado grave.

O resultado dos testes foi divulgado na manhã de quinta-feira (27) e mostrou que as três as bolsas apresentaram as características necessárias para o plasma hiperimune. Já o projeto-piloto já havia começado pelo Hemepar de Curitiba em maio deste ano e faz parte das ações da Secretaria de Estado da Saúde para viabilizar alternativas de tratamento e minimizar a gravidade dos casos de coronavírus no Paraná.

“Neste momento, temos três bolsas de plasma hiperimune aqui no Hemonúcleo de Ponta Grossa e, se houver demanda, elas serão utilizadas. A nossa ideia é ser autossuficiente na demanda da cidade e, se necessário, ajudamos os demais que não estão fazendo essa coleta”, disse a chefe do Hemepar de Ponta Grossa, a enfermeira Nelsi de Oliveira Zakszewski.

A ideia principal do projeto é realizar a coleta dos anticorpos e transfundir em uma pessoa que diagnosticou positivo para a doença e começou a agravar. “São aqueles pacientes que começaram a desenvolver insuficiência respiratória. Então nós colocamos esses anticorpos que farão com que o vírus presente no organismo dessas pessoas fique cada vez mais fraco e seja combatido. Dessa forma, faremos uma imunização para melhorar a defesa do organismo”, destacou a enfermeira.

O plasma deve ser congelado a -20°C até 8 horas do início da coleta e isso requer equipamentos e profissionais capacitados e treinados. Os kits para verificar as dosagens de anticorpos dos doadores já foram enviados ao Paraná. O resultado de duas coletas em Ponta Grossa ainda aguardam resultado da análise.

“Estamos orgulhosos por contribuir com uma parcela para o alívio dos pacientes que estão no aguardo das nossas atitudes para obter a cura. Estamos felizes por fazer parte de um estudo em um momento como esse, onde não existem vacinas e tratamentos comprovados. Isso também demonstra competência por ter 100% de aproveitamento das coletas e gratidão por aqueles que se dispuseram a doar seu tempo e seu sangue pelo próximo”, comemorou a enfermeira.

Hospitais

Diversos estudos também estão em andamento, inclusive nos Estados Unidos, para comprovar a eficácia deste tipo de tratamento. No entanto, a Santa Casa de Misericórdia de Ponta Grossa informou que existe o interesse na utilização do plasma. “A Santa Casa conta com um Comitê que atende os casos de covid-19 e existe o interesse de uso do plasma. Sabemos que vários estudos estão sendo desenvolvidos mostrando que esse tratamento pode ser efetivo”, explica o médico Rogério Clemente, diretor técnico da Santa Casa.

A hematologista Érica Sabrine Angelo, do Hospital Universitário Regional dos Campos Gerais, explica que a utilização do plasma em pacientes com a doença que estão internados na casa hospitalar só acontecerá quando houver um estudo que comprove a eficácia desse tratamento.

“Temos que lembrar que esse tratamento ainda está em estudo. A transfusão de plasma não é uma medicação nova e sabemos que existem riscos de reações alérgicas e com o plasma convalescente existem os riscos adicionais. Então temos discutido esta questão no hospital e os testes com plasma nos pacientes seriam realizados dentro de um estudo clínico do próprio hospital, pois não podemos sair por aí fazendo procedimentos se ainda não temos certeza da eficácia”, destacou.

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