em

Economia de Ponta Grossa cresceu nove vezes frente à nacional em 2019; entenda os números

Produção local de riquezas aumentou 10,76% nominalmente e pelo segundo ano consecutivo o comércio foi o setor que mais cresceu na cidade

Foto: Arquivo DC

No ano passado Ponta Grossa registrou um aumento na sua produção de riquezas nove vezes superior ao nacional. De acordo com dados repassados pela Secretaria Municipal da Fazenda à reportagem do Diário dos Campos, a cidade totalizou um valor adicionado (VA) de R$ 9,63 bilhões, 10,76% maior nominalmente do que a soma de 2018. Em contrapartida, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro subiu apenas 1,1% no mesmo período. Com o desconto da inflação (IPCA 4,31%), as variações reais foram de 6,45% no VA Ponta Grossa e -3,21% no PIB do país.

Conforme explica o secretário Cláudio Grokoviski, o valor adicionado é um mensurador de riquezas geradas porque compõe o próprio PIB. “É a diferença do que a empresa comprou/utilizou na sua produção em relação à venda do seu produto. Ou seja, o lucro bruto desconsiderando os custos diretos e indiretos, como pessoal e transportes, por exemplo”, explica.

“O valor adicionado é considerado o PIB das empresas geradoras de ICMS [Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços]. Somando estas às que não são tributadas por este imposto temos o PIB de um local”, categoriza o gestor da Fazenda de Ponta Grossa., lembrando que entre as empresas que ficam de fora dessa classificação estão construtoras, bancos, hospitais, correios, entre outras.

Setores

Dos mais de R$ 9,63 bilhões, a maior parte (59,8%/R$ 5,76 bilhões) foi produzida pelo setor industrial, que é seguido pelo comércio (25,3%/R$ 2,43 bilhões), serviços (9,9%/R$ 952,91 milhões) e agropecuária (5%/R$ 478,18 milhões).

Considerando o crescimento nominal dos VAs por setor, o maior, proporcionalmente, foi o do comércio (20,93%), que somou no ano passado um incremento de R$ 421,56 milhões. O secretário de Indústria, Comércio e Qualificação Profissional, José Loureiro, que também ocupa a presidência do Sindilojas, lembra que no ano passado o governo iniciou a liberar saques parciais do FGTS, o que pode ter contribuído para o aumento do consumo.

“Foi um montante muito grande disponibilizado, o que aumentou o poder de compra da população. Durante 2019 o nosso saldo de empregos também foi positivo – e quanto menos gente desempregada, mais gente com dinheiro para gastar”, ressalta o gestor, referindo-se à criação de 922 novas vagas formais registradas em Ponta Grossa no ano passado de acordo com a base de dados do Ministério da Economia.

Em segundo lugar na geração de riquezas aparece a indústria (11,14%), com mais R$ 577,63 milhões de um ano a outro, e em terceiro a agropecuária (2,48%), com a adição de R$ 11,58 milhões. Em contrapartida a prestação de serviços sofreu uma retração de 7,39%, diminuindo R$ 76,05 milhões. Foi a primeira baixa de um ano a outro registrada na década.“Um dos motivos que pode ter acarretado isso é a diminuição das terceirizações, por exemplo”, sugere Loureiro.

Conforme destaca o secretário da Fazenda, outros municípios paranaenses também registraram queda no setor de serviços, como Maringá e Londrina. “Dentro da prestação de serviços temos os transportes e as telecomunicações. Em Ponta Grossa ambos caíram; para as telecomunicações talvez um dos motivos da baixa possa ter sido a concorrência das empresas de telefonia, que resultou em valores menores oferecidos ao consumidor”, cita Cláudio Grokoviski.

Projeção do PIB

A última divulgação feita pelo IBGE do PIB dos municípios brasileiros é referente a 2017. Até então, Ponta Grossa ocupava a 63ª posição nacional e a sexta estadual com R$ 14,53 bilhões. Considerando que naquele ano o VA divulgado pela Secretaria da Fazenda representava 57,3% do PIB, seguindo a mesma lógica uma projeção que pode ser feita é que o PIB 2018 de Ponta Grossa, que geralmente é divulgado em dezembro, possa ultrapassar a marca de R$ 15,17 bilhões em 2018, e o de 2019, que só será será calculado pelo IBGE no próximo ano, ser maior que R$ 16,8 bilhões.

Maiores empresas de Ponta Grossa na indústria, comércio e serviços

A reportagem do Diário dos Campos também teve acesso à listagem das maiores geradoras de valor adicionado de Ponta Grossa por setor; ou seja, das empresas que mais produzem riquezas na cidade. Enquanto que as dez maiores indústrias representam quase 76% de todo o setor, as dez maiores do comércio produzem quase R$ 1 a cada R$ 5 dentro da atividade (19%) e as dez maiores dos serviços, 17,5%.

Participe do grupo e receba as principais notícias da sua região na palma da sua mão.

Entre no grupo Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.