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Produção de EPIs em presídios já passa de 330 mil unidades. Detentos de Ponta Grossa ajudam na confecção

Com uma produção diária de mais de 10 mil itens de proteção contra o coronavírus, 300 presos, de 23 unidades prisionais do Paraná, incluindo em Ponta Grossa, entre penitenciárias e cadeias públicas, já confeccionaram mais de 318 mil máscaras. Essa marca foi obtida dia 12 de maio.

A produção foi iniciada em 23 de março em algumas regiões e intensificada a partir do dia 06 de abril. Além de máscaras, foram fabricados ainda quase 10,4 mil jalecos e cerca de 4,5 mil itens para hospitais, como lençóis, pijamas e escudos faciais.

 “Estamos produzindo estes materiais há pouco mais de um mês, porque sabemos que a demanda destes produtos de segurança individual seria grande e o mercado poderia não absorver. Com os presos confeccionando máscaras, por exemplo, estamos conseguindo atender as demandas internas e ainda compartilhar com as prefeituras e casas de saúde”, destacou o secretário da Segurança Pública, Romulo Marinho Soares.

Dos 333 mil itens confeccionados dentro do sistema prisional do Paraná, pelo menos 53,7% (ou 179 mil) foram repassados para outras corporações da Secretaria da Segurança Pública (Polícias Militar, Civil e Científica) e, também, a hospitais públicos, guardas municipais, prefeituras, centros de socioeducação e instituições religiosas.

DETENTOS – A produção dentro das unidades ainda beneficia os próprios presos, que recebem um pecúlio e remição de um dia pena a cada três trabalhados. “Toda essa produção de equipamentos de proteção individual mostra que ainda podemos acreditar na recuperação do preso, porque pessoas que antes cometeram uma violação contra a sociedade, são as que estão ajudando a superar esta crise”, ressaltou o diretor geral do Departamento Penitenciário (Depen), Francisco Alberto Caricati

Além disso, o trabalho traz economia aos cofres públicos. Um levantamento interno do Depen mostra que, se o material fosse comprado com recursos próprios, a instituição gastaria em torno de R$ 1,00 por máscara de tecido cirúrgico SMMMS

 “Com a compra de materiais e mão de obra dos presos, estamos investindo apenas cerca de R$ 0,35 por unidade produzida”, calculou o chefe do Setor de Produção e Desenvolvimento (Seprod) do Depen, Boanerges Silvestre Boeno Filho. Nestes 35 centavos, também estão inclusos os custos de aviamentos (como linha, elástico e arame plastificado).

OFICINAS – Boanerges explica que diversas oficinas de costura de empresas conveniadas às unidades prisionais do estado (para fabricação de jeans, por exemplo) suspenderam ou reduziram temporariamente a produção por conta da pandemia do Covid-19.

“Com isso, temos voltado as confecções à fabricação de máscaras, principalmente, e jalecos, que são distribuídos aos profissionais da saúde e da segurança pública”, afirmou o chefe do Seprod.

O número de internos nestes canteiros de trabalho tende a crescer. “Continuamos abrindo vagas para presos trabalharem nos setores de costura dos equipamentos de proteção individual. Fizemos um levantamento de todas as unidades prisionais que pediram e logo devemos chegar a 370 detentos trabalhando na costura de máscaras e jalecos, entre outros produtos, em todo o estado”, afirmou Boanerges.

AÇÃO SOCIAL – Parte da produção ainda tem sido usada para fins de ação social. A regional do Depen de Guarapuava, no Centro-Sul do Estado, espera trocar, até o dia 23de maio, 2 mil máscaras por alimentos não-perecíveis que serão doados a famílias em situação de vulnerabilidade. Em Cascavel, uma iniciativa semelhante arrecadou 850 quilos de alimentos e 50 cestas básicas em dois dias.

Para estas demandas, o Departamento Penitenciário tem adquirido materiais e equipamentos, mas também contado com a colaboração de empresas e instituições públicas e privadas.

“Vale ressaltar, também, que produzimos os equipamentos conforme recebemos apoio com o oferecimento de insumos. Assim, os interessados em colaborar podem entrar em contato com o Depen, que teremos o maior prazer em produzir para os órgãos públicos e, desta forma, contribuir com a população”, destacou Caricati.

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