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Ponta Grossa supera piores expectativas da pandemia

Arquivo DC

O município de Ponta Grossa completou, nessa segunda-feira (21), seis meses desde a primeira confirmação de pessoa infectada por covid-19. De lá para cá, não só a doença apresentou novos números e evoluções, como também a reação da população a isso se modificou. 

Em maio, pesquisadores da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) divulgaram os resultados de estudo sobre a doença. Eles partiam dos dados obtidos em outros países, para calcular uma estimativa de como seria a evolução da covid-19 em Ponta Grossa. O pior cenário apontava 3.713 a 5.039 casos, com pico entre 28 de julho e 4 de agosto. Em julho, uma atualização da pesquisa sugeriu que seriam 4 mil casos e 40 a 80 óbitos. 

No entanto, nesse final de setembro, a cidade verifica que não houve pico, mas o início da formação de um platô que, segundo a Fundação Municipal de Saúde, ainda não se estabilizou. Ponta Grossa chegou a 88 óbitos (12 só na última semana), e mais de 4,4 mil casos confirmados da doença. A média móvel* de casos atingiu o valor mais alto no último sábado (19).

Nesse contexto, todos os hospitais passaram a receber pacientes, e não apenas o Hospital Universitário, anteriormente referência para os casos. O HU, sendo único hospital SUS com UTI voltada ao atendimento em covid-19, atingiu e mantém lotação máxima. Os pacientes passaram a ser enviados a outros municípios e até outras regionais, onde os óbitos de Ponta Grossa também se tornaram mais frequentes.

Esgotamento

Embora os dados mostrem que o município ainda não viu redução sólida nos contágios, a população parece ter chegado a um esgotamento emocional em relação à doença. Uma fase na qual o receio de sofrer as consequência do contágio parece menor do que o desejo de sair de casa. Isso se reflete em vários detalhes.

O uso da máscara diminuiu. Ainda é mais frequente no Centro, mas menos comum à medida que ocorre o afastamento em direção aos demais bairros. Os decretos municipais permitiram maior abertura dos estabelecimentos comerciais e de serviços. O toque de recolher deixou de vigorar, conforme se percebeu que a medida sanitária só era cumprida nos horários determinados no decreto.

Supermercados

Ficou mais difícil conter as aglomerações. Nos supermercados, decreto exige que somente uma pessoa da família faça compras. Mas os casais começaram a ir, disfarçadamente, dando as mãos após estarem dentro do estabelecimento.

Neste final de semana, um supermercado de Ponta Grossa fixou cartaz informando ser obrigatório o uso de máscara para adultos e crianças. Mas o texto contraria o que diz decreto municipal (17.210/2020) que ainda proíbe a entrada de crianças, sob qualquer circunstância. 

Abertura

O aeroporto voltou a ter voos regulares. A rodoviária teve as atividades retomadas. O uso de bares e restaurantes gradativamente é normalizado. E agora se discute aquele que, talvez, seja o item mais polêmico da pandemia: quando será possível retomar as aulas presenciais? E, após o retorno, o que bastaria para interromper novamente um ano letivo?

Enquanto comitês elaboram protocolos para que as crianças voltem ao estudo regular, a população brasileira ouve, com ansiedade, incredulidade ou desprezo, notícias sobre vacinas contra a covid-19. Entre as muitas em desenvolvimento no mundo, o estado de São Paulo anunciou a aquisição de 5 milhões de doses da vacina chinesa, que seriam aplicadas já em novembro.

Cidade tem 55 novos casos

A Fundação Municipal de Saúde (FMS) informou a inclusão de 55 novos casos de contágio pela covid-19 em Ponta Grossa. O dado consta no boletim desta segunda-feira (21) , que agora soma 4.470 casos. Dessas, 2.798 pacientes são considerados recuperados, outros 1.529 estão em isolamento domiciliar, 22 em enfermaria e 24 em UTI. Estão sendo monitoradas outras 4.774 pessoas. A Ala Covid do HU se mantém com todos os 30 leitos de UTI ocupados, e agora tem 25 dos 34 leitos de enfermaria em uso.

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