O financiamento privado atende aos interesses das empresas (Arquivo DC)
Sou contra o financiamento das campanhas como dinheiro do Orçamento da União
Ceres Vieira
A Câmara dos Deputados aprovou na primeira semana de trabalho a admissibilidade da Proposta de Emenda Constitucional (PEC 352) da reforma política. O deputado federal Aliel Machado (PCdoB), junto com outros partidos, votou contra a iniciativa e Sandro Alex (PPS), a favor. A proposta foi aprovada e uma Comissão Especial vai discutir o tema. Os pontos de maior divergência na PEC são a manutenção do financiamento misto (público e privado) para campanhas e uma cláusula de desempenho que poderia excluir do Congresso partidos menores. Mas os dois representantes de Ponta Grossa e região concordam que a reforma política é essencial para o País. Em entrevista ao Diário dos Campos, os parlamentares falaram sobre seus votos.
Como os senhores votaram pela admissibilidade da PEC da reforma política?
Aliel Machado: A reforma é importante, mas sou contra o financiamento privado, que atende interesse de empresas. Pela proposta, até sindicatos, que recebem dinheiro público, poderão doar para campanhas. Votei contra isso. Não pode haver financiamento privado porque o lobby é grande e a corrupção está aí para provar. Nós resistimos e garantimos um acordo com a Câmara que propostas de outras entidades como OAB e CNBB que propõem o fim do financiamento privado vão tramitar em regime de urgência. Com o financiamento público haverá mais democracia e transparência no processo eleitoral.
Sandro Alex: Votei pela admissibilidade da PEC e defendo o financiamento público feito por pessoas físicas e com limites. Sou contra o dinheiro sair dos cofres da União porque ninguém sabe de onde sairá verba para as campanhas, se da Saúde, Educação ou outras áreas e também ninguém sabe para quem irá o dinheiro. Uma pesquisa mostrou que 90% dos paranaenses não querem dinheiro público em campanha eleitoral. O volume de recursos em uma campanha é muito grande e compromete o mandato.Na Comissão Especial que elaborou a PEC votei contra o financiamento privado.
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