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Prefeitura de PG propõe novo pacote para ampliar arrecadação

Lista de medidas quer aumentar receita do município e recebeu apoio de representantes do setor produtivo

 

Arquivo DC
Marcus Vinícius Freitas: “O mais importante é criar um conceito de arrecadação, sempre com base na justiça fiscal”

 

Um pacote de alterações na legislação municipal foi proposto pela Prefeitura de Ponta Grossa com o objetivo de impulsionar a arrecadação do município. O bloco de 11 medidas inclui ações como concessão de exploração comercial de praças e banheiros públicos, cobrança da dívida ativa por meio de protesto judicial, além de alterações em leis que abrangem situações como usucapião, limpeza de terrenos baldios e manutenção de calçadas.

As propostas são uma segunda tentativa de ajuste fiscal e administrativo da Prefeitura de Ponta Grossa e devem ter menor resistência que a primeira ação da administração, que tem como base o reajuste de tributos como Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) e Imposto Sobre Transmissão de Bens Imobiliários (ITBI).

O Executivo enviou os 11 projetos de lei ao Legislativo, sendo que esta semana o primeiro deles foi aprovado: a possibilidade de compensar débitos da dívida ativa por precatórios. Na próxima semana deverá ir para votação outra proposta que tramita em regime de urgência na Câmara, a autorização para cobrar, por meio de protesto judicial, os inscritos na dívida ativa. A proposta é o carro-chefe da administração em sua busca por aumentar a arrecadação. A expectativa é de conseguir até R$ 100 milhões com as ações judiciais. O município afirma ter cerca de R$ 300 milhões para receber da dívida ativa.

Outra ação referente aos inscritos na dívida ativa e que faz parte do pacote de medidas proposto pela administração é a retirada da obrigatoriedade do aviso de recebimento aos inscritos na dívida ativa. A Prefeitura de Ponta Grossa informou que passará a divulgar em seu portal a relação dos que estão inscritos na dívida ativa, e com isso, o processo de aviso pessoal desta inscrição não seria mais obrigatoriedade. Nos cálculos da administração, tal medida pode gerar uma economia de R$ 200 mil por ano.

O impacto das 11 medidas de aumento de arrecadação ainda não foi precisado pela administração municipal. “O quanto estes projetos vão arrecadar não dá para precisar, depende muito dos resultados iniciais deles, mas acredito que o mais importante é criar um conceito de arrecadação”, argumenta o procurador-geral do município, Marcus Vinícius Freitas.

O representante da gestão cita como exemplo de aumento de melhoria fiscal uma proposta ainda não efetivada, mas que já rende frutos aos cofres públicos. “Desde que anunciamos a medida dos protestos da dívida ativa o parcelamento dos débitos dobrou. Atribuímos este aumento à informação de que haverá essa cobrança por meio de protesto judicial”, acredita.

 

Propostas de medidas da Prefeitura para melhorar arrecadação:

– Revogação da lei que atribui ao Município a construção e manutenção das calçadas da cidade

O município quer rever a responsabilidade da manutenção de calçadas em imóveis, alegando que atualmente algumas responsabilidades que não seriam da Prefeitura são arcadas pelo município.

 

– Autorização do uso de praças públicas, que poderá ser explorada comercialmente;

A proposta visa parcerias para manter as praças aos custos da iniciativa privada, em troca de ‘publicidade e realização de pequeno comércio’ no local.

 

– Autorização concessão da exploração econômica de banheiros públicos

O município entende que a manutenção de banheiros, por conta do vandalismo, é alta, e com o repasse para a iniciativa privada, poderia economizar.

 

– Diminuição de prazos para 10 dias para limpeza de terrenos baldios;

Atualmente o município dá 20 dias para os proprietários limparem terrenos baldios antes de aplicar multa; com proposta, prefeitura quer reduzir prazo para poder multar.

 

Obrigar as funerárias a apresentar a Certidão Negativa de Débitos (CND) para realizar a prestação de serviços

A prefeitura afirma que funerárias devem cerca de R$ 7 milhões de impostos municipais e com a proposta, para poder funcionar, deverão quitar os débitos junto ao município

 

– Cobrança da dívida ativa por meio de protesto judicial

Baseado em uma decisão do STF, o município vai acionar na justiça os credores inscritos na dívida ativa

 

– Compensação de dívida ativa por precatórios

Já aprovada, a proposta autoriza que quem estiver inscrito na dívida ativa do município possa comprar precatórios da prefeitura e aplacar parte de seus débitos junto ao município.

 

– Novo parcelamento dos débitos

Pela proposta, quem deve a prefeitura pode renegociar a dívida e parcelar em 48 vezes. Se interromper o pagamento, ao retomar o refinanciamento, deverá quitar pelo menos 30% dos débitos e sanar a dívida em 36 vezes.

 

– Retirada da obrigatoriedade do aviso de recebimento de inscritos na dívida ativa

A prefeitura irá divulgar em seu site os inscritos na dívida ativa, e com isso, desobriga a notificação pessoal dos devedores. A gestão alega que este aviso de recebimento custa cerca de R$ 17 mil ao mês.

 

– Revogação da lei 7838

Atualmente, o IPTU para imóveis assegurados por usucapião é cobrado após a data da sentença judicial que garante o imóvel. Agora, a prefeitura quer que o imposto seja cobrado a partir da data em a pessoa alega ocupar o imóvel.

 

– Aumento da multa para pichação

A prefeitura quer quem for flagrado pichando será multado em R$ 5 mil. Atualmente o valor desta multa é de R$ 2 mil. Prefeitura quer aumentar arrecadação e diminuir atos de vandalismo na cidade.

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