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Pandemia afetou mais de 60% dos 5 mil metalúrgicos de Ponta Grossa e região

O combate à contaminação do novo coronavírus forçou o distanciamento social e, consequentemente, fechamentos e restrições de atendimentos no comércio e demais estabelecimentos – o que refletiu em toda a roda da economia, inclusive na produção industrial. Desde o início da pandemia mais de a metade dos cinco mil metalúrgicos registrados na região tiveram o seu trabalho afetado: estimativa do Sindicato dos Metalúrgicos de Ponta Grossa e região aponta que pelo menos 60% dos trabalhadores teve ou está com suspensão contratual ou redução de jornada, ambas medidas emergenciais permitidas pelo Governo Federal desde abril.

Segundo Mauro Carvalho, presidente da entidade, mais de 90% das negociações foram feitas diretamente entre empregador e empregado, sendo que o Sindicato atuou apenas em uma acordo coletivo, que reduziu em 70% a jornada de trabalho de 350 trabalhadores. “Os 30% restantes funcionaram como banco de horas negativo, porque na prática não houve produção industrial”, conta ele, lembrando que as medidas que começariam a terminar agora em julho foram prorrogadas por mais tempo.

“Os números são cada vez mais expressivos; entre as indústrias em geral as empresas que não adotaram alguma medida no começo da pandemia estão adotando agora, e sabemos que a única alternativa para isso seria a retomada das produções porque isso faz com que a roda gire e evite demissões”, avalia o presidente da categoria.

“Temos visto que as políticas econômicas não têm tido efeito prático no sentido de manter a renda e postos de trabalho. Precisam ser pensadas políticas que retomem o processo produtivo e mantenhas os postos de trabalho, pois antes da pandemia já vínhamos com uma economia fragilizada e mais de 12 milhões de desempregados”, lembra o sindicalista.

Demissões

Segundo o representante as demissões aumentaram, mas não é possível precisar através do Sindicato. “Depois da reforma trabalhista as empresas não são mais obrigadas a fazer rescisões através do sindicato”, ressalta Mauro Carvalho.

De acordo com os últimos dados atualizados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), base de dados que reúne informações sobre empregos com carteira assinada, de janeiro a maio deste ano a indústria acumula 180 demissões a mais do que admissões em Ponta Grossa. Especificando a indústria de transformação a perda de vagas é ainda maior, já que o saldo de empregos do período acumula -212 vagas. 

Indústria de transformação acumula a extinção de 212 vagas de emprego em Ponta Grossa desde o início do ano (Foto: Arquivo DC)

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