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“Nova” gasolina terá melhor desempenho e mesmo preço, garante associação de postos de combustíveis dos Campos Gerais

O padrão da gasolina automotiva consumida no Brasil terá aumento de qualidade obrigatório a partir da próxima segunda-feira (3). A mudança se deve à Resolução nº 807/2020, publicada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis em janeiro (ANP). O texto estabelece novos parâmetros para a destilação, a octanagem e a massa específica do combustível – o que, segundo especialistas, deve aumentar o desempenho dos veículos.

A doutora em química e especialista em regulação da ANP Ednéia Caliman conta que a mudança aproxima o padrão da gasolina no Brasil ao que é praticado na União Europeia. "A gasolina está sendo melhorada para que os motoristas não sintam problemas com a qualidade, não sintam perda de potência, não sintam falhas de partida, não observem problemas de falha de detonação. Não há necessidade de nenhum ajuste nos veículos para o recebimento dessa gasolina. Muito pelo contrário. Ela está vindo justamente para se adequar às novas tecnologias e mesmo para um veículo antigo, não há nenhum problema", afirma.

Especialista em combustíveis da Petrobras, Rogério Gonçalves avalia que as novas regras também ajudam no combate ao combustível adulterado. "Muitos fraudadores de combustível adicionam produtos muito leves à gasolina para ganhar volume, produtos baratos", explica ele, que afirma que, com uma gasolina mais leve, essas fraudes eram mais difíceis de identificar. As especificações que exigem uma gasolina mais densa, por outro lado, tornarão esses crimes mais fáceis de flagrar.

A gasolina mais pesada e de melhor qualidade também é mais cara para ser produzida e tem maior valor no mercado internacional, que é usado como referência pela Petrobras para definir os preços de seus produtos. Em nota, a empresa afirma que "o ganho de rendimento compensa a diferença de preço da gasolina, porque o consumidor vai rodar mais quilômetros por litro".

Ponta Grossa e região

Em conversa com o DC, o presidente da Associação dos Operadores dos Postos dos Campos Gerais, Helio Sacchi, disse que a ‘nova” gasolina não deve ter alteração de preço em relação à já utilizada – pelo menos não especificamente pela troca de uma pela outra, havendo apenas a possibilidade normal de altas da Petrobras.

“Os postos não precisarão trocar tanques, não teremos alteração de preços a menos que haja alteração no valor do petróleo. Pela sua octanagem, ou seja, poder de explosão, ela vai ser superior e já devemos começar a recebê-la a partir desta semana”, contou Sacchi, afirmando que os postos não tem a obrigação de indicar que já estão oferecendo o combustível que conta com as novas normas. 

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