O Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) realizou no último sábado um evento para debater o uso do canabidiol no tratamento de convulsões.
Desde o início do ano, diversos casos de pacientes na maioria crianças que sofrem de convulsões e buscam no tratamento com canabidiol uma forma de controlar as crises foram notícia no país. Isso porque o CBD, como é cientificamente conhecido, é um derivado da maconha e sua prescrição é proibida no Brasil.
A médica Ana Chrystina Crippa abordou em sua palestra proferida na sede do CRM-PR a prescrição do canabidiol e defendeu a importância da liberação do uso do medicamento também como forma de assegurar a qualidade do produto consumido pelos pacientes. “É importante destacar que canabidiol não é maconha, ele é um componente encontrado na maconha entre outros 80. Nós não estamos aqui pedindo a liberação da droga, mas sim autorização para prescrever o uso de um produto extraído dela para tratar doenças que já não respondem a tratamentos convencionais, pois já temos casos que comprovam a sua eficácia”, explica a neuropediatra. “Plantar maconha em casa para dar para o filho, como temos visto, também não é indicado, pois desta forma a criança consome tudo que há na planta e não apenas o composto que vai fazê-la melhorar, o que pode causar efeitos colaterais indesejados”.
Recentemente o Conselho de Medicina de São Paulo aprovou uma resolução sobre o tema, onde entre outras coisas diz que “o CBD não induz efeitos alucinógenos ou indutores de psicose, ou mesmo efeitos inibitórios relevantes na cognição humana; e que possui, nos estudos disponíveis até então, um perfil de segurança adequado e com boa tolerabilidade”.