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Crise leva consumidores optarem pelo escambo

Com menos dinheiro no bolso os consumidores estão não apenas de olho nas promoções no comércio, mas recorrendo ao escambo, um modelo bem antigo de negócios. Em Ponta Grossa um grupo de mulheres utiliza as redes sociais para trocar mercadorias diversas. É possível encontrar de geladeira, motocicleta a roupas e calçados. Aquilo que não é trocado por outros produtos é vendido em moeda corrente. Só o Desapego das Mulheres de PG, no Facebook, tem mais de 48 mil seguidores.

No Desapego há mais de um ano, a dona de casa, Silmara Cellarius, conta que participa de mais de 30 grupos e que já viu a oferta de casas e cavalos. “Tem de tudo”, garante.

Silmara faz negócios praticamente todas as semanas. Assim como compra, vende e troca. “Tem muitas coisas novas mais em conta”, assegura. Ela compra roupas e calçados de marcas famosas para as crianças. “Eu não consigo comprar na loja, mas consigo vestir neles”, diz. Ontem mesmo ela comprou um tênis para o bebê por R$ 25. E pensa que era velho? Pelo contrário, era praticamente novo. No comércio ela calcula que custa mais de R$ 100.

O negócio é anunciado nas redes sociais e leva quem se manifestar primeiro. A compra, venda ou troca acontece em diversos pontos da cidade, inclusive entre a Estação Saudade e o Terminal Central de Transporte Coletivo. Consumidores de municípios vizinhos também participam.

Silmara mostra o tênis que comprou por R$ 25

Foto: Fábio Matavelli

 

Economia pode passar de R$ 50 por produto

Desempregada, Nice Santos, também faz parte do grupo. Ela conta que a atual situação financeira faz com que várias pessoas participem deste tipo de negócio, afinal a economia é grande, podendo chegar a mais de R$ 50 por mercadoria.

Ela já comprou bota por R$ 60, enquanto que na loja girava em torno de R$ 160. Claro que o produto era usado, no entanto há regras para negociar. Uma delas é que a mercadoria esteja em boas condições de uso. “A pessoa precisa indicar a condição. Se for ‘batido’, tem que falar que é pra usar em casa”, explica, Silmara Cellarius.

As duas consumidoras se conhecem do grupo e ontem estavam realizando negócios. Nice vendeu um sapato para a estudante, Thalyta Fabrício Café. Enquanto Thalyta negocia sapatos, a mãe dela roupas. “Já comprei coisas que nem sempre são usadas e quando compro e não gosto já faço negócio”, conta Thalyta que na última sexta-feira comprou um par de sapatos e vendeu no dia seguinte.

Nice e Thalyta negociavam sapatos nesta segunda-feira

Foto: Fábio Matavelli

 

 

 

 

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