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Beto Richa afirma que vai potencializar a industrialização

 

Divulgação

Richa revela que haverá mudanças na estrutura do governo

Após conquistar a vitória nas urnas, no último dia 5, com 3,30 milhões de votos, o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), que venceu adversários como os senadores Roberto Requião (PMDB) e Gleisi Hoffmann, do PT, elenca as prioridades para os dois primeiros anos do seu segundo mandato. Em entrevista ao Diário dos Campos, o governante afirma que pretende intensificar o ritmo de obras por todo o Estado, como também ampliar a industrialização. O foco também se volta para as micro e pequenas empresas.O governador reeleito frisa ainda que o segundo mandato será marcado pela multiplicação de investimentos em áreas de vanguarda científica e tecnológica e na qualificação de mão de obra, buscando a elevação da produtividade, notadamente do trabalho. Com relação aos números obtidos nas urnas, Beto Richa revela que não se surpreendeu com o resultado já que, conforme ele, tinha propostas concretas para apresentar, diferentemente de suas adversários. Com relação à estrutura do governo, Beto Richa afirma que haverá mudanças, mas isso ainda está sendo avaliado, de forma criteriosa. Já no que diz respeito ao governo federal, cujo cenário será definido no próximo dia 26, o governador do Paraná continua apoiando o candidato Aécio Neves (PSDB) que, segundo ele, se for eleito, afirma que vai pagar a conta que o Brasil tem com o Estado.

Diário dos Campos: Quais promessas feitas durante a campanha serão priorizadas nos dois primeiros anos do seu governo? Por que?

Beto Richa: Ao longo do primeiro mandato, ajustamos as contas. Saneamos as finanças. Herdei o Paraná com R$ 4,5 bilhões de dívidas; R$ 1 bilhão de Pasep, que não foi recolhido ao longo de oito anos no governo antecessor; R$ 450 milhões de dívidas penduradas com a Caixa Econômica na questão de casas populares; água, luz e telefone, R$ 100 milhões; dois anos em que não pagaram as promoções e progressões de professores, R$ 70 milhões. Foi um sufoco colocar a casa em ordem e modernizar a estrutura de governo, que, por uma visão ideológica e retrograda, estava ultrapassada. Criamos a Adapar, a Agência de Defesa Agropecuária, para abrir o mercado externo para exportação de produtos do Paraná. O Paraná era o único Estado, ao lado de Santa Catarina, que não tinha uma estrutura de Defensoria Pública. Tivemos que contratar policiais, professores, agentes de saúde, entre outros. E houve o forte bloqueio federal. Agora, é continuar esse ajuste e intensificar, no começo do próximo governo, o ritmo acelerado de obras por todo o Estado. E ampliar a industrialização, que vai ser o maior legado do meu governo. É o maior ciclo industrial da história do Paraná. Não só as indústrias, mas também das micro e pequenas empresas. Sebrae e CNI atestam que o Paraná é o melhor ambiente para implantação de micro e pequenas empresas.Segundo a Junta Comercial, a cada quatro minutos é aberta uma empresa no Paraná.Nossa intenção é criar um ambiente propício para a geração de 400 mil novos empregos no próximo mandato.

DC: A reeleição dá a possibilidade de repensar o governo e modificá-lo? Em quais aspectos?

Beto Richa: Antes mesmo de sermos reeleitos, havia um grupo de pessoas detalhando e estudando nosso plano de governo para este novo período. Haverá mudanças, claro, mas todas no sentido de continuarmos o ciclo de progresso que conseguimos neste primeiro mandato. O melhor está por vir. Nos primeiros quatro anos, ajustamos as contas, criamos bases sólidas para o desenvolvimento sustentável do Estado, com atração de R$ 35 bilhões em novos investimentos e geração de 180 mil empregos. O crescimento do PIB no Paraná neste período foi, em média, o dobro do PIB nacional. Nosso segundo mandato será marcado pela multiplicação de investimentos em áreas de vanguarda científica e tecnológica e na qualificação de mão de obra, buscando a elevação da produtividade, notadamente do trabalho. O capital humano será ainda mais valorizado. Continuaremos a dar prioridade absoluta aos setores de educação, saúde, segurança, infraestrutura, habitação, sem descuidar de nenhum outro.

DC: Os números obtidos nas urnas, no último dia 5, te surpreenderam? Como o senhor avalia os ataques sofridos pelos demais adversários?

Richa: Sinceramente, não me surpreenderam. Ao visitar e conversar com as pessoas nos 399 municípios de nosso Estado, sentia a receptividade da população e a vontade de que nos reelegêssemos.  O carinho demonstrado era muito grande e refletiu-se nas urnas. Houve também o incentivo das lideranças políticas, tanto de meu partido quanto de outras agremiações partidárias, tanto estaduais quanto nacionais, importante para mensurar o provável resultado. E, quero frisar, a mobilização daqueles que acreditavam em nosso projeto de governo, que verificaram os números de nossa primeira gestão e que se prontificaram à defesa de nossa candidatura em todo o Estado. Em relação aos ataques, posso dizer que estava muito mais preocupado com os bons projetos já desenvolvidos e os que desenvolveremos para proporcionar a melhoria da qualidade de vida dos paranaenses. Nós tínhamos o que mostrar e o que propor. Tínhamos resultados reais do desenvolvimento socioeconômico do nosso Estado em todos os setores para mostrar o quanto avançamos e as potencialidades desta próxima gestão. Quem apenas critica não tem o que apresentar.

DC: Haverá mudança na estrutura do governo? Os atuais secretários serão mantidos ou haverá mudanças? Se houver mudanças, quando elas serão anunciadas?

Richa: Um ou outro ajuste vai ocorrer. As coisas no Paraná vão bem. Sou criterioso com o desempenho do meu secretariado. Nunca deixei que partidos indiquem sem passar pelo meu crivo, e não houve e não haverá dificuldades. Todos os secretários assinam contratos de gestão, com metas a serem cumpridas. É o bom tratamento, respeito, que nunca houve quando meu antecessor respondia pelo governo.

DC: Haverá a redução de secretarias ou não, conforme foi anunciado durante sua campanha?

Richa: Tenho essa intenção, mas isto ainda está em estudos, com muito critério.

DC: Ponta Grossa e região dos Campos Gerais serão ‘olhadas’ de que forma pelo governo estadual no seu segundo mandato?

Richa: Da mesma forma: com o mesmo respeito e buscando sempre o desenvolvimento socioeconômico. Em nossa primeira gestão, Ponta Grossa e a região dos Campos Gerais transformaram-se no segundo maior polo industrial de nosso Estado, com mudanças significativas, inclusive em seu jeito de viver, com transformações sociais importantes. A cidade polo desta região, Ponta Grossa, teve uma transformação notável em todos os setores. Hoje, seu parque produtivo é diversificado: tem indústrias de vários ramos, que vieram somar-se àquelas que já existiam. E o potencial de crescimento continua muito grande. Só um desastre em termos de administração pública ou erros em profusão da política econômica federal poderiam impedir a marcha deste crescimento. Não acredito nessas possibilidades, porque nem aqui teremos uma gestão pública desastrosa e nem o Aécio terá uma política econômica caótica como a do governo federal atual. Não só Ponta Grossa, mas os outros municípios dos Campos Gerais e de todo o Paraná têm e terão toda a atenção de nosso governo, faço questão de ressaltar.

DC: O novo presidente do Brasil será definido somente no próximo dia 26. Caso a presidente Dilma seja reeleita, como o governo pretende trabalhar na obtenção de recursos para o desenvolvimento e crescimento do Estado? A mesma pergunta vale para o candidato Aécio Neves, que conta com seu apoio?

Richa: Estou de cabeça na campanha do Aécio, que é o melhor candidato. Vamos trabalhar intensamente por sua eleição, que, as primeiras pesquisas demonstram, é quase inevitável. Tenho certeza que ele será o eleito e nossas relações serão as melhores possíveis. Todas as vezes em que esteve no Paraná, Aécio disse que vai pagar a conta que o Brasil tem com o Estado. Se, eventualmente, a presidente Dilma for reeleita, espero ter com ela relações republicanas, de respeito e diálogo.

DC: Houve renovação no quadro da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). De que forma o senhor analisa isso?

Richa: Realmente, houve uma renovação significativa na composição da Assembleia, parece-me que de 37%. Primeiro, vejo como salutar porque os novos trazem ideias novas e uma proporção de forças diferentes para o debate democrático. Segundo, porque nunca tive e não terei problema algum em meu relacionamento com o Legislativo porque, sobretudo, defendemos os interesses do Paraná. Na gestão passada, até o PMDB queria me apoiar. E isto se verificou durante as eleições. O relacionamento é cordial, respeitoso e democrático com todos os deputados, independentemente se já faziam parte ou se foram eleitos agora para a Assembleia.

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