Na semana passada recebi um áudio de um paciente de 04 anos, que faz terapia há 01 ano. A mãe me enviara depois que o filho pediu para gravar. E a mensagem foi assim: “a psicóloga é interessante”.
Como ser interessante para uma criança de 04 anos? Qual o seu conceito de “interessante?” Como entende “ser interessante?”
Isso me deixou bem feliz e ao mesmo tempo com uma maior responsabilidade em não me tornar “desinteressante”! Em proporcionar nos momentos da terapia espaços para a manifestação livre da sua psiquê, dos seus sentimentos e comportamentos.
Com as crianças nos valemos dos recursos lúdicos para observar o comportamento e verificar os limites, as dificuldades, os estados de humor e de tolerância à frustração, ao medo, ao desconhecido.
“Permite entender como elas se apropriam do mundo ao redor, como os problemas identificados foram se constituindo e como as próprias crianças se constituiram em meio a eles”. Essas, são muitas vezes a ponta do “iceberg”, onde refletem não a sua própria problemática, mas a problemática familiar”.
É um espaço só dela, onde pode manifestar-se de forma livre, fazendo escolhas e assegurando-se de que poderá ter bons resultados para a prevenção da sua saúde mental e física, além de melhorar o seu desenvolvimento.
Constato no meu dia a dia de consultório, a prevalência de casos de ansiedade, depressão, déficit de atenção e insegurança. Outro fator que é recorrente é a necessidade precoce de uso de óculos. Aí sempre vem a pergunta assustadora: quanto tempo de tela por dia? E também, a que horas vai dormir? Quanto brinca? Brincar de verdade, não ficar nas brincadeiras prontas, como o videogame, os jogos no computador, etc. A essas perguntas, a princípio vem um comportamento de esquiva. Depois, pensam um pouco e respondem, porém o controle sobre essas questões é muito raro. Alguns pais, não se preocupam… eles também não se controlam.
Portanto, tendo sempre o cuidado de proporcionar o “alívio para o sofrimento da criança, descobrir os comportamentos atípicos, dar suporte aos familiares e professores, desenvolver um repertório de enfrentamento, dar orientações aos pais e por meio da Ludoterapia perceber como a criança lida com frustrações, com desafios.
E dessa forma, ter um diálogo construtivo, com menos cobrança e mais escuta ativa para que tanto os familiares assim como a psicóloga, continuem interessantes!