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Geração “Covid”

Lílian Yara de Oliveira Gomes – CRP 08/17889

Muitas vezes nos deparamos com queixas de pais, que estão tendo dificuldades em administrar a permanência de seus filhos em casa, devido ainda estarmos com a obrigatoriedade necessária em fazermos o isolamento social. O que mais impacta, principalmente nas crianças é a falta do convívio com os amiguinhos e colegas de escola.

Que impactos o isolamento social pode trazer para a vida dessas crianças e adolescentes no hoje e no futuro?

A maioria das escolas não conta com o suporte necessário para o oferecimento do ensino remoto ou à distância. Até então as plataformas digitais eram aproveitadas pela minoria dos estudantes da Educação Básica. Do dia para a noite as escolas precisaram encontrar maneiras de se adaptar a essas “novas tecnologias”.

Segundo  Verônica Fraidenraich (UFRJ-2021), “as crianças e os jovens também não estavam acostumados a rotinas pesadas de estudos em casa. De maneira geral, os estudantes não possuem a maturidade e autonomia exigidas no ensino a distância, em especial na Educação Infantil e no Ensino Fundamental. As dificuldades existem, mas o importante é que saibamos identificar essas falhas e dediquemos esforços para corrigí-las”.

Vemos alguns pais, não dando conta de seus próprios afazeres, pois também estão trabalhando em casa, e estão tendo que lidar com duplas tarefas e isso vêm causando aumento do nível de estresse. São filhos convocando para serem ajudados com as tarefas, tendo que ser vigiados porque não fazem o devido foco e atenção e os pais com seus próprios compromissos.

“Mais telas – menos movimento, sol e ar livre”

“Conseguir manter uma rotina saudável durante o isolamento social tem sido um desafio para as famílias. Um estudo mostrou que mais de 30% das crianças apresentam níveis de quantidade de sono, exercício e frequência de estada ao ar livre, abaixo do adequado. A exposição às telas também piorou: 53% dos responsáveis falaram que aumentou o tempo de uso de smartphone, tablet, computador ou tv pelas crianças. Para 37% dos pais, os filhos ficam 4 horas ou mais em frente à tela, sendo que o considerado adequado pela Organização Mundial de Saúde é de não mais que uma hora para a faixa etária de 4 e 5 anos. A pandemia também impactou negativamente no desenvolvimento da expressão oral e corporal, no relacionamento interpessoal e até na nutrição das crianças”.

Por isso se faz necessário quando da retomada das aulas presenciais em definitivo, porque atualmente temos o ensino “híbrido”,(aquele em que em certos dias vão à escola e em outros não), que se leve em conta:1- Programa de apoio psicológico para os profissionais da educação; 2- Acolhimento e triagem de crianças em situação de maior vulnerabilidade para diagnóstico do bem-estar e saúde mental das crianças; 3- Diagnóstico do desenvolvimento/ aprendizado no momento do retorno presencial; 4- Atividades ao ar livre: mapeamento de áreas dentro e ao redor da escola; 5- Incentivo à prática de atividades físicas e outras brincadeiras sem o uso de tela; 6- Pensar estratégias de orientação para os pais com brincadeiras e jogos para enriquecer o ambiente de aprendizagem em casa. Fonte:educacaoecovid.org.

Portanto, que pais e filhos se reorganizem para cumprir suas tarefas sem aumentar o nível de estresse, que estabeleçam uma rotina com papeis discutidos e determinados coletivamente, sem que nenhum dos envolvidos sinta-se prejudicado e que a convivência seja saudável.

Esclarecer aos filhos, que estamos numa fase inédita, que todos têm que ser colaborativos quanto às suas responsabilidades, ter seus momentos de lazer e de compromissos de maneira a não desequilibrar a convivência harmoniosa, tanto com familiares como com amigos. E com esses, mesmo virtualmente, se fazer presente, para alimentar o sentimento de que estamos em isolamento social, porém não sós e abandonados.

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