Complicador
Se existe algo pior que trabalhar em uma empresa que não oferece nenhum tipo de direcionamento estratégico para o futuro, que não determina os planos que quer atingir futuramente, é trabalhar numa empresa em que cada membro da alta gestão tem uma opinião completamente diferente sobre o que deve acontecer com a empresa. Lembro do caso do Augusto, um amigo que vivia isso de maneira intensa numa empresa onde trabalhava.
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Entre dois fogos
Lá, um diretor afirmava que tudo estava ficando cada vez mais difícil, que a austeridade na gestão dos custos com a redução das despesas consideradas desnecessárias era um fator primordial para a sobrevivência de um negócio, já o outro diretor dizia que sem investir no futuro não era possível sequer sobreviver no presente. E esse diretor era o responsável pela liberação de todos os projetos para melhoria e aperfeiçoamento do negócio. O Augusto sempre recebia recomendação de um para evitar dar atenção ao que o outro dizia. Cada diretor tentava trazer para si a equipe de gestão média, achando que criando uma fidelidade entre os funcionários, conseguiria derrotar o seu diretor oponente.
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Olhar o bem comum
E o resultado, claro, não poderia ter sido pior para o negócio. Todos os funcionários com qualificação profissional acima da média resolveram pedir demissão e deixar a empresa. Foram procurar um ambiente mais estável do ponto de vista de visão de futuro. Já aqueles com um desempenho extremamente reduzido, ou então que não eram tão profissionais assim, mas que eram apaixonados pela empresa ou fiéis demais a um determinado gestor, acabaram ficando. Contudo, a ação do tempo demonstrou que nenhum dos dois estava certo. A empresa fechou. Os empresários seguiram caminhos diferentes e os funcionários é que foram os mais prejudicados.
(Luciano Salamacha)