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Metalúrgicos ameaçam entrar em greve amanhã


REAJUSTE SALARIAL
Trabalhadores da Hubner votaram ontem indicativo de greve

O Sindicato dos Metalúrgicos em Ponta Grossa está prestes a concluir a convenção coletiva de trabalho, bem como os acordos coletivos com as metalúrgicas instaladas no Município. A resposta dos trabalhadores à oferta de reajuste salarial apresentada pelos patrões deve acontecer amanhã, data em que os colaboradores da Fundição Hubner ameaçam iniciar uma greve. Os mais de 600 funcionários da Hubner aprovaram ontem indicativo de greve, após a empresa rejeitar a pauta de reivindicações apresentada na semana passada, segundo o presidente do sindicato, Mauro Cesar Carvalho Pereira.

O sindicalista explica que o indicativo foi votado na manhã desta terça-feira, em assembleia, e será cumprido caso a fundição não se pronuncie a respeito da pauta referente à data base 2010/11. O prazo para a Hubner apresentar uma proposta ou concordar com as exigências dos trabalhadores termina hoje, às 17 horas. “O sindicato aguardará uma resposta da empresa. Se não houver uma definição faremos uma nova assembleia, na porta da fábrica, na quinta-feira pela manhã e a greve será deflagrada”, avisa.

Os metalúrgicos da Hubner querem reajuste de 12% (reposição da inflação e aumento real), elevação do tíquete alimentação de R$ 150 para R$ 200 e ampliação de benefícios como transporte coletivo e insalubridade. “A proposta apresentada à empresa é justa, legítima e necessária. Se não houver negociação daremos início ao processo de paralisação”, reforça.

Mauro explica que o acordo coletivo com a Hubner é diferente do que está sendo fechado com as demais metalúrgicas da cidade. “A Hubner tem unidade aqui e em Curitiba. Lá, eles fecharam um percentual diferente de reajuste. Os trabalhadores conseguiram a reposição inflacionária e aumento e com isto se chegou ao reajuste de 10,8%. Estamos pedindo em torno de 12% em Ponta Grossa e queremos negociar”, fala.

Para o presidente do Grupo Hubner, Nelson Hubner, a pauta de reivindicação é impossível de ser cumprida. “É uma pauta impossível de se cumprir. Uma montadora (Hubner em Curitiba) é diferente de uma fundição (fabrica peças pequenas) e o sindicato precisa entender isto. Eu estranho a posição da atual diretoria do sindicato, pois é de conhecimento que a Hubner oferece salários e benefícios melhores que outras empresas da região. Os trabalhadores da Hubner conseguiram muitas coisas em negociações passadas onde havia diálogo com o sindicato”, conta.

O presidente do Grupo observa ainda que a Hubner “não pode negociar fora do que o sindicato negociou com todas as empresas da região”, ao se referir à convenção coletiva de trabalho.

Reajuste geral é de 9%

Amanhã, metalúrgicos de várias empresas locais deverão votar a proposta de reajuste salarial apresentada pelos patrões. “Conseguimos negociar 9% de reajuste linear para salários até R$ 4 mil e um valor fixo de R$ 360 para quem ganha acima de R$ 4 mil. O piso da categoria passou de R$ 620 para R$ 701,80. “É uma proposta consensual, portanto deverá ser aceita pelos trabalhadores”, explica Mauro Cesar Carvalho Pereira, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos em Ponta Grossa. As assembleias nas portas das fábricas acontecerão amanhã. “É possível que esta proposta passe e seja formalizada nesta quinta-feira”, assegura.

Mauro acredita que o reajuste obtido “para o trabalhador de maneira geral é um avanço. Este acordo só não serve para a Hubner porque o parâmetro é outro”, diz.

Empresas se recuperam da crise econômica

O presidente do grupo Hubner, Nelson Hubner, lembra ainda que uma das fundições do Grupo em Ponta Grossa, a Impar, “está saindo da crise econômica que afetou o mundo”. “Estamos saindo agora da crise. Em 2010 reativamos a fábrica e recontratamos os trabalhadores. Demos os melhores reajustes da região”, diz ao garantir que “a Hubner está aberta a negociação e conversa como sempre. Quando chega uma pauta de reivindicação impossível de cumprir o que se vai fazer?”, questiona.

Já, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos em Ponta Grossa, Mauro Cesar Carvalho Pereira, afirma que “não só a Hubner, mas outras empresas de maneira geral se recuperaram da crise. O setor teve recuperação. Os trabalhadores afirmam que estão produzindo mais do que antes da crise econômica. Até as contratações melhoraram. As empresas readmitiram e contrataram mais. A produção e o faturamento estão bons. Está na hora de nós, trabalhadores, valorizarmos a nossa mão de obra”.

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