Sem interferir
Em processos empresariais onde é necessário reduzir o quadro da equipe, ou seja, quando é necessário demitir algumas pessoas não por incompetência, por algum problema, mas sim por mera necessidade daquele momento da empresa é preciso tomar muito cuidado para não permitir que as pessoas utilizem o relacionamento pessoal como uma espécie de segurança para evitar o pior. Já vi situações onde o funcionário amigo do chefe, percebendo que estava correndo o risco de ser demitido, não pensou duas vezes e foi logo falar para o chefe também amigo que estava muito preocupado.
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Chantagem emocional
Disse até que se perdesse o emprego estaria com a vida arruinada e até correria o risco de cometer suicídio. Tudo isso para estabelecer uma espécie de pressão psicológica para que o chefe e também amigo sinta-se desconfortável em demitir aquela pessoa. Entretanto, essa é uma prova inequívoca de falta de respeito, de falta de amizade. Portanto, quando um chefe começa a receber pressão psicológica dos amigos e também funcionários, ele deve ponderar duas coisas. Em primeiro lugar, aquele funcionário, aquele profissional, está tentando conseguir sua colocação, a sua manutenção na empresa por critérios que fogem ao profissionalismo. Isso demonstra amadorismo.
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Respeito à decisão
Em segundo, se um amigo leva constrangimento, leva pressão para o chefe, é sinal de que não é tão amigo assim e que essa amizade pode ter sido construída única e exclusivamente por interesse e não baseado num relacionamento sincero. Assim, se você como profissional e chefe de uma equipe tiver de demitir um amigo tenha certeza de que o profissionalismo é a única coisa que irá diminuir o constrangimento, o sofrimento entre as duas partes. O melhor é simplesmente comunicar ao funcionário que aquela é uma decisão profissional, não de amizade e pedir que, justamente por serem amigos, a sua decisão seja respeitada.
(Luciano Salamacha)