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“Venceram uma batalha, não a guerra”

Sandro Ferreira

 

 

 

Agora é oficial. Serão mesmo 23 vereadores que deverão ser eleitos no próximo pleito eleitoral de outubro de 2012. Ignorando por completo o apelo popular, os caros edis (literalmente), aumentaram não só a representação no Legislativo Municipal, como também os custos fixos e variáveis da Casa de Leis e, essencialmente, as suas probabilidades de reeleições.

No entanto, essa decisão enseja a polêmica apenas temporariamente no âmbito da justiça eleitoral, mas não no âmbito político, pois isso ainda trará muitos desdobramentos no decorrer dessa eleição que se avizinha, afinal, é público que houve uma queda de braço entre a opinião pública e os vereadores durante quase dois anos sobre este tema, tanto aqui em Ponta Grossa como em outras cidades do país, onde a população se organizou contra a medida na forma de abaixo-assinados, campanhas de mídia e inclusive protestos.

Em algumas cidades, como Maringá, os vereadores tiveram o bom senso de revogar não só o aumento de cadeiras, mas também o acréscimo salarial que já haviam sido aprovados, devido à intensa manifestação pública. Por aqui sobrou cinismo e faltou sensatez aos vereadores.

Só o fato de o projeto para o aumento de cadeiras ter sido apresentado por um suplente, cujo mandato nesta Legislatura se limitou em trinta dias e a votação ter ocorrido de forma sorrateira, já seriam artimanhas muito baixas e toscas por parte dos vereadores, mas depois ainda veio a negação em aceitar o abaixo-assinado para apresentação do projeto de Lei de Iniciativa Popular, que previa rever o aumento aprovado, somente por este não vir acompanhado das respectivas fotocópias do Título de Eleitor dos signatários.

Segundo os vereadores, em respeito ao regimento interno, em face de uma lei draconiana que foi criada por um ex-vereador, hoje réu do maior caso de corrupção daquela instituição pública. Hugo Chávez e Fidel Castro não teriam feito melhor. Mas ficarão para a História os nomes daqueles que menosprezaram o que de mais bonito e extraordinário já ocorreu em Ponta Grossa, que foi essa manifestação civil silenciosa, porém maciça e inédita, quando e onde mais de 25.000 cidadãos assinaram um documento em apenas dois meses para a apresentação de uma Lei Popular no Parlamento local.

Vossas Excelências os vereadores, demonstraram não estar à altura da sociedade que representam. Mas que não se iludam eles, pois venceram apenas uma batalha, mas ainda não a guerra.

Guerra no sentido metafórico obviamente, antes que se exaltem os mais afoitos, mas que sem dúvidas será uma guerra de nervos a ser travada até que se dê por encerrada a eleição proporcional vindoura, pois será legítimo e democrático, que os cidadãos desta cidade que se mostraram desfavoráveis ao aumento de cadeiras, agora possam de maneira civilizada, dentro das formas legais e possíveis, atentos aos fatos tão somente, divulgarem de forma ampla e irrestrita, quem foram os vereadores que votaram a favor dessa proposta.

Nas ruas, nas redes sociais, nas escolas e Universidades, em casa ou no trabalho, é justo e se faz necessário que cada uma dessas 25.000 pessoas esclareça a outras cinco, o que aconteceu e, divulguem os nomes dos vereadores que não nos deram ouvidos. Quem sabe, assim alguns deles não consigam obter êxito em suas reeleições e então sintam o mesmo amargo que nós estamos sentindo por ter nosso protesto desprezado de forma tão autoritária quanto hipócrita. Se eles não quiseram fazer a diferença, façamos nós.

 

 

 

O autor é cidadão de Ponta Grossa.

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