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Uma nova escola para um novo mundo

Foto: Divulgação

Por Gilmar Denck

Iniciar um projeto com a envergadura da Universidade de Negócios em um ano de pandemia foi um desafio extraordinário. Não foram nem uma, nem duas vezes, que a direção da pasta pensou em abortar o projeto, tamanho o desafio e os obstáculos que enfrentamos. Mas também pela envergadura e pelo propósito, a direção de qualificação enxergou que a oportunidade pode estar justamente no desafio.

A UNNE foi imaginada desde o início não só para ocupar a sede atual após nossa mudança para a sede nova, mas para ocupar lugar na cidade, na região e até no Brasil todo como um modelo novo de academia, que fuja das tradicionais escolas de administração e se transforme num centro de educação de negócios. Que forme empreendedores, que ensine a arte da negociação, da visão, da inovação e da coragem que impera entre os empreendedores de nossa região.

Não será, nem está sendo, tarefa fácil, mas estamos enxergando o amanhã. Os investimentos serão exigidos muito mais em vibração e energia do que em divulgação propriamente dita. Teremos que trilhar o caminho das pedras e construir uma marca e um modelo que seja reconhecido no meio acadêmico e no meio empresarial. Estamos apenas começando, temos muitos desafios a enfrentar no mercado e nas perspectivas daqueles que a acompanham.

Monteiro Lobato disse que um país se faz com homens e livros, nós estamos querendo dizer que uma nação se constrói com homens e negócios, por isso uma Universidade de Negócios está sendo erigida dentro da ACIPG, para conectar a academia ao mundo dos negócios. Eis a ousadia, eis o desafio: criar ambiente para incubar ideias para as empresas atuais e também para surgimento de ideias que se transformem em startups.

Precisamos concentrar forças, unir a competência que temos a nossa disposição e ousar sem medo para criar um modelo diferente de ensino que entregue profissionais diferentes para a comunidade. É muito mais que pensar fora da caixa, é ousar e pensar qual será a nossa nova entrega para este novo mundo.

Muito mais que formar administradores, nossa escola de negócios tem de entregar pessoas que entendam o propósito de uma empresa no tecido social e entenda o propósito de sua empresa no plano estratégico contextualizado na comunidade em que age. Ou seja, um profissional que entenda o associativismo, o papel do governo e o papel da empresa que ele atua, para que possa através de sua visão empreendedora (empreendedor ou empregado) desenvolver toda a comunidade.

Nosso departamento de comunicação deverá se debruçar sobre o planejamento e entender como esta nova realidade deve incorporar a cultura do empresariado nacional, de forma a oferecer ações de comunicação que dirijam toda a escola nesta direção.

Nossa missão deve centrar em formar pessoas para o mercado que desenvolvam o empreendedorismo independente em que lado do balcão estejam, que acima de tudo entendam o verdadeiro propósito de negócios.

Nossa visão deve circular em torno do desejo de sermos pioneiros nesta metodologia. Nossos gestores devem descobrir qual deve ser nosso negócio, qual deve ser nosso modelo de negócio, para assim entender o que devemos entregar antes mesmo de traçarmos as estratégias e diretrizes deste ano.

Sabendo descobrir que nosso público permeia empresários e empregados, pois empreender é obrigação de todos, empregados devem desenvolver o empreendedorismo que corrobora com a empresa que atua. Professores podem ampliar e desenvolver seus conhecimentos em nossa escola para atuarem lecionando com esta visão transformadora. A busca pela pratica deve estar em nosso cotidiano, acima da transferência de conhecimento por meios acadêmicos teóricos.

Tudo isto sem esquecer que precisamos planejar nossa universidade e criar departamentos de formação e informação interligados entre as universidades e os departamentos da ACIPG, tais como inteligência de mercado e de pesquisas, para ampliar nossa entrega. Desenvolver através da UNNE um departamento de consultores para as pequenas empresas da cidade, bem como planejar a criação de cursos de capacitação empresarial modular para as pequenas empresas.

Por fim, proporia como modelo central de nossa escola de negócios o desenvolvimento do senso crítico empreendedor. O que é ser empreendedor? Para que serve o empreendedor e como todas as funções que existem estão ligadas ou dependentes do empreendedorismo?

Nosso pensamento central e majoritário sobre o modelo de educação deve ser essa voz indeterminada e envolvente que consiga marcar nosso caminho, esta deve ser a nossa aposta: no espírito crítico empreendedor. Empreendedor missionário e não empreendedor de subsistência, que foi encurralado pela história de sua vida.

Devemos, através da escola de negócios, repensar a educação e suas políticas, para que a comunidade passe a valorizar mais os espíritos críticos e os empreendedores do que jogadores de futebol e celebridades, ou a comunidade e as famílias que buscam cultivar o empreendedorismo no dia a dia verão sua alegria ir pelo ralo a ponto de sermos dominados por ideologias anti-empreendedorismo.

Desenvolver espírito crítico empreendedor deve ser o domínio e o conhecimento do que está acontecendo hoje e agora, de forma independente de seu posto, cargo ou posição possa interferir positivamente na construção de sua nação. E é isso que queremos fazer: educar em respostas úteis, rentáveis e eficazes para a economia, sem esquecer que o social, ambiental, cultural são entornos que devem estar no centro de preocupação do crítico empreendedor.

O autor é empresário com 30 anos de experiência em associativismo. Formado em Filosofia e Administração

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