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Uma breve história sobre honestidade

Foto: Redes Sociais /Gilmar Denck

Honestidade é muito mais do que se imagina. Já falei aqui do meu querido e saudoso avô, que em toda a sua simplicidade tinha sempre uma lição de vida. Lembro-me como se ontem fosse, do dia em que ele me pediu para pagar uma conta dele na cidade e me entregou um maço de dinheiro que tinha a quantia exata da referida conta.

Peguei o maço e coloquei no bolso meu paletó. Foi quando ele perguntou: “não vai conferir?” Ante a surpresa dele, respondi: conferir por quê? O senhor não conferiu? Acaso meu avô seria desonesto com seu próprio neto? Ele, mudando a expressão para um tom de irritação me exortou: “poderás vascular minha vida e nunca encontrará nada nem perto da desonestidade, nem com minha família, nem com qualquer vivente desta terra, porém você está sendo desonesto para com teu velho avô e ainda se achando no direito de me chamar a atenção. Juro a você que demorei a entender aquele momento, no qual ele continuou a sua exortação: “se te pedi um favor e lhe entreguei uma quantia em dinheiro, é porque confio em você, e o mínimo que me deve é devolver a mesma confiança, conferindo a quantia que está em tuas mãos. Motivos para estar faltando não faltam, pode ser que eu tenha errado ao contar, pode ser que eu tenha subtraído uma nota e não me vem a lembrança, ou qualquer outro motivo, mas se você não conferir aqui e ao chegar no destino e faltar uma nota, tenha certeza que tomara falso juízo de seu avô sem que este ao mínimo saiba, portanto seja honesto e confira na minha frente”, falou sem mostrar os dentes.

Confuso e desajeitado conferi o montante, e no final ao perceber que estava tudo certo olhei para ele como quem diz: pra quê isso? Mesmo sem ter falado, acho que ele leu meus pensamentos e completou, “não basta ser honesto, tem que ser transparente e com a coisa dos outros mais ainda, quando entregarem em tuas mãos a guarda de um bem ou um montante sempre confira e mostre as claras o que está sendo feito”.

Prefiro que me roubem dinheiro, que façam mau juízo sobre meu caráter por uma simples preguiça de conferir. Seja honesto mesmo nas pequenas coisas e zele pelo que é dos outros muito mais do que zela pelo o que é teu.

Este era o meu avô. Como disse acima, demorei muito para entender a lição. Espero que estas linhas lhe sirvam da mesma forma que serviu para formar o que hoje eu sou. O caminho existe, vamos trilhar.

O autor é empresário com 30 anos de experiência em associativismo. Formado em Filosofia e Administração

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