em

Um Papa para todos

 

Um cristão de verdade reza o Credo Niceno-Constantinopolitano sem nenhum problema, seja católico ou protestante, até mesmo alguns evangélicos mais esclarecidos estão aderindo ao Credo. E creem na Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica, isso mesmo, porque a comunidade de Cristo (ekklesia) é para todos (cat holos, em grego).

E ninguém é mais católico que o Papa Francisco. Veja-se o que ele fez dias atrás, foi ao Oriente Médio, especialmente Jerusalém, berço de três importantes religiões: o Judaísmo, o Cristianismo e o Islamismo. São João Paulo II dizia que os judeus são irmãos mais velhos dos cristãos e os maometanos primos mais novos. E todos veneram Maria Santíssima.

O Papa foi à Jordânia, lugar que o papa considera além de terra rica em história e de grande significado religioso para o Judaísmo, o Cristianismo e o islamismo, um país que acolhe generosamente um grande número de refugiados palestinos, iraquianos e de outras áreas em crise, especialmente da vizinha Síria. Para o Papa, esta acolhida merece o reconhecimento e a ajuda da comunidade internacional, em especial da Igreja Católica, por meio da Caritas Jordânia.

Em Belém, onde nasceu o Príncipe da Paz, o Papa ousou, convidou o presidente da Palestina, Mahmoud Abbas, e o presidente de Israel, Shimon Peres, para rezarem juntos no Vaticano. Para o Papa, todos desejamos a paz, que é construída com pequenos gestos, e todos que estão colocados ao serviço do seu próprio povo tem o dever de se fazer instrumentos e construtores de paz, antes de mais nada, na oração. Construir a paz é difícil, mas viver sem paz é um tormento.

Após visitar a Gruta da Natividade, o Papa encontrou-se com crianças refugiadas dos campos de Dheisheh, Aida e Beit Jibrin. As crianças seguravam cartazes com mensagens de liberdade e paz. Uma das crianças leu palavras em árabe, explicando ao papa a situação em que estão vivendo e o desejo de acabar com os sofrimentos e humilhações. O Papa disse a elas que não deixem nunca que o passado determine a sua vida, para que olhem sempre para frente. E trabalhem e lutem para conseguir o que querem. Mas saibam de uma coisa: não se vence a violência com a violência. A violência se vence com a paz. Com a paz, com o trabalho, com a dignidade de levar a pátria adiante.

O Papa Francisco visitou a lápide que homenageia as vítimas do terrorismo em Israel no Monte Herzl em Jerusalém, a convite do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. Aí, o Papa afirmou que o terrorismo é mau. É mau na sua origem e é mau nos seus resultados. É mau porque nasce do ódio. É mau nos seus resultados porque não constrói, destrói. Que nossos povos compreendam que o caminho do terrorismo não ajuda. O caminho do terrorismo é fundamentalmente criminoso. Rezo por todas essas vítimas, e por todas as vítimas do terrorismo no mundo, por favor nunca mais terrorismo, é uma rua sem saída.

Na viagem de volta da Terra Santa a Roma, o papa Francisco ainda respondeu a perguntas dos jornalistas que o acompanharam no voo, sem fugir de nenhum tema. Abordando o celibato eclesiástico, o Papa recordou que não é dogma de fé e já existem sacerdotes casados em diversos ritos orientais da Igreja católica. Em resumo, uma viagem e tanto!

 

Mario Eugenio Saturno (cienciacuriosa.blog.com) é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano.

Participe do grupo e receba as principais notícias da sua região na palma da sua mão.

Entre no grupo Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.