em

Reflexões sobre o bullying

 

Saber identificar o bullying é importante, nem todo machucado ou arranhão é sinal de que a criança esteja sofrendo agressões, os meninos principalmente, possuem brincadeiras um pouco mais ríspidas o que é natural, as crianças disputam brinquedos e depois que passa o conflito, brincam juntas novamente. Para caracterizar o bullying, as agressões devem ser frequentes, ou seja, repetidas e intencionais. A criança passa por situações que causam dor ou sofrimento todos os dias, sinais que podem denunciar o bullying são quando a criança começa a dar muitas desculpas para não ir á escola, chorar, ficar ansiosa e agitada são os sinais mais evidentes. Se a criança tinha um bom rendimento escolar e, subitamente, este aproveitamento declina, é necessário averiguar o porquê disso, pode ser consequência da violência sofrida na escola.

Uma vez identificado, os pais devem procurar a escola imediatamente para interromper as agressões, é importante identificar e atuar diretamente com as crianças envolvidas.

O papel da escola é propiciar um espaço de confraternização, respeito e diálogo, trabalhar questões de cidadania e valores, tão importantes para conscientizar os alunos sobre direitos e deveres. A prevenção é sempre a melhor maneira de encarar o problema do bullying, que muitas vezes é silencioso, quanto mais cedo for identificado, mais eficazes serão os métodos de intervenção contra o ciclo conflituoso. A escola deve ainda convocar uma reunião com os pais dos alunos envolvidos. O trabalho deve ser feito junto à família, pois o envolvimento dos pais é importante para estabelecer uma parceria entre a família e a instituição, os pais devem ser exemplos para os filhos e devem participar da vida deles.

O professor possui um papel primordial para o combate ao bullying, pois, além de identificar autores, espectadores e alvos, deve intervir imediatamente numa situação de agressões gratuitas e propositivas entre os alunos. Este posicionamento do professor é de respeito e, portanto, exemplar, muitas vezes, se colocar no lugar da vítima é uma maneira satisfatória para distinguir a brincadeira inocente e a brincadeira agressiva, o professor deve comunicar o ocorrido à direção.

As consequências do bullying para a criança, num primeiro momento são baixa estima choros frequentes, agitação e ansiedade, principalmente se estes comportamentos aparecerem um pouco antes da criança ir para a escola, medos inexplicáveis, insônia, falta de apetite e urinar na cama. Num segundo momento a criança apresenta stress, dores de cabeça e pode apresentar um comportamento melancólico, ou seja, isolamento.

A criança não brinca mais como antes, se afasta dos amigos e fica em casa, evitando sair, dificuldade de concentração e baixo rendimento escolar, dificuldades de relacionamento e mudanças constantes de humor são agravantes que acompanham o estado emocional da criança. Num momento mais acentuado do bullying, pode apresentar síndrome do pânico, automutilação, como arrancar o cabelo, se furar ou se cortar, depressão e até suicídio.

A psicoterapia é aconselhável em casos mais graves do bullying, em que é nítido um comprometimento e embotamento emocional. O trabalho psicoterápico é dar vazão ao conflito e a tensão sofrida pela criança, trabalhando o trauma e fornecer recursos para a criança superar as frustrações.

*Breno Rosostolato é psicólogo e professor da Faculdade Santa Marcelina (FASM)

Participe do grupo e receba as principais notícias da sua região na palma da sua mão.

Entre no grupo Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.