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O passo a passo do bom comunicador

José Paulo Moreira de Oliveira

Assim, o autor inicia seu romance policial: “Àquela hora da noite, a estrada deserta, ladeada de plátanos sombrios, parecia adivinhar os terríveis acontecimentos que nela estariam por acontecer.” Antes de continuar a leitura – e para poder “saborear” melhor o texto – não resisti à tentação de dar uma boa olhada no dicionário, para descobrir o que seriam esses sombrios e desconhecidos plátanos.

Olha só a definição que eu encontrei. Plátano, s. m. Árvore da família das Platanáceas (platonus orientalis). Palavra que eu quase desisti de ler o romance.

Tudo bem que o nome científico da árvore – pelo menos agora eu sei que é uma árvore – é platonus orientalis. Mas eu não sou botânico, e essa informação não me ajudou em nada.

Certamente ficaria bem mais satisfeito, se encontrasse algo do gênero: Plátano, s. m. Árvore nativa da América do Norte, cuja folha, de tom vermelho-amarelado, aparece na bandeira do Canadá. Moral da história: Agir como um bom comunicador pressupõe trabalhar duro para aumentar a clareza e a legibilidade do texto. E ponto final.

Claro que dá menos trabalho culpar o leitor por nossos fracassos comunicativos. Esse é seguramente o caminho mais fácil. Para que você resista à tentação segue a pergunta que não quer calar: Você conhece algum Professor de Matemática – ou de Química – que não se queixe da incompetência “antalógica” de seus alunos para resolver problemas – segundo os mestres – de fácil e cristalina resolução?

Eu não. A maioria desses gênios (para mim, todo matemático é um gênio – até hoje não consegui descobrir qual o exato valor de X) sempre fazia questão de me mostrar o enunciado daqueles malditos problemas, que nem a mãe de Einstein conseguiria resolver.

Professor Isaac – que não era nem Newton, nem membro remoto da ilustre família – era um deles. Bastava me ver no corredor da escola para me exibir, infeliz, aquele fatídico problema que trouxera tanta infelicidade a seus alunos.
– Você está vendo só? O enunciado está CLARÍSSIMO. O problema dos alunos não está na Matemática. O que eles não sabem mesmo é ler e interpretar o problema. Antes de conhecer Matemática eles precisam mesmo é estudar Português.

Para não perder o amigo – e a carona – eu concordava com o Mestre, que mal sabia que também eu me somava aos milhões de estudantes que jamais entenderiam bulhufas do que fora perguntado.

O mundo seria melhor – e as pessoas seriam mais felizes – se o redator fizesse o seguinte check list: As informações foram organizadas para permitir imediata compreensão do leitor?  A quantidade de dados apresentada foi suficiente para “indicar o caminho das pedras” e assegurar a necessária legibilidade ao texto?  A linguagem utilizada foi clara e acessível ao leitor? A diagramação foi arejada, e o autor deixou bem claro ao leitor o que queria que fosse feito?

Esses e outros fatores devem ser considerados para transformar o texto em excelente peça comunicativa. Ponha fé no que estou dizendo:
A melhoria do padrão de clareza e legibilidade pode ser alcançada.

Não é uma questão de talento; é uma questão de esforço – e de muito trabalho.

Para isso, você terá que melhorar sua performance comunicativa no que diz respeito a:
• Gramaticalidade
• Adequação de Linguagem
• Estruturação de conteúdos
• Disposição visual

 

Consultor do MVC, autor do livro “Como escrever melhor

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