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Equipe perfeita? – Parte 2.

A urgente e preocupante questão do lixo e do aterro sanitário foi dita resolvida com uma única e solitária viagem do secretário de Agricultura e Pecuária à Alemanha. Ninguém sabe ao certo se muito chope foi consumido por lá, mas o fato é que o secretário trouxe na bagagem a solução definitiva para uma questão que é um dos piores gargalos de quase todas as cidades do mundo. Uma usina inédita no Brasil e na América Latina. Detalhe, completamente bancado por investidores privados. Um negócio da China! Mas só caíram na patacoada quem ainda acredita em Papai Noel e no Ibope. Enquanto isso foi se empurrando o problema com a barriga, que terá de ser resolvido pelo sucessor, aliás, este também terá de arcar com mais elefantes brancos que serão inaugurados na véspera das eleições, e depois deixados como herança em forma de dívidas e custos de manutenção. O que parece valer é sair na foto ao lado do governador nepotista.
Já a nossa tradicional festa do chope, a München, continua rendendo muitas cortesias com chapéu alheio, em forma de ingressos, estacionamentos e tickets de bebidas gratuitos para toda a corte da Ronda, seus familiares e amigos. Os camarotes oficiais são uma festa à parte e à custa do dinheiro público, mas a alegre secretária de Cultura e Turismo acha tudo isso normal, apenas porque a prática já é antiga. Encobre um erro com outro e comete crime administrativo ao dar e receber privilégios no uso do cargo. Também temos que destacar o exuberante trabalho do secretário de Planejamento realizado no Contorno Leste, onde só se constatou que teria de ser construída uma nova ponte, depois que o asfalto dos dois lados já estava pela metade. Talvez o secretário estivesse muito ocupado cuidando da liquidação de vasto patrimônio público que vem sendo vendido sem justificativa. Quanto à obra? Continua parada há cinco anos.
Ainda não podemos esquecer-nos do secretário de RH, que lá está apenas pelo critério do apoio político na eleição de 2008. Um acerto eleitoral que entrega uma secretaria de porteira fechada para o aliado. Guardadas as proporções, é exatamente como no Ministério da presidente Dilma, e que está dando nisso que o Brasil inteiro acompanha diariamente pela TV. Lamentável para o país e para Ponta Grossa.
Neste mesmo balaio está o secretário de Governo, que em troca do seu populismo, recebeu quase de graça o horário nobre da TV Educativa por muitos anos. Outro caso que só foi corrigido por intervenção dos órgãos da Justiça Federal, pois a depender do prefeito continuaria tudo como dantes, afinal o apresentador atuava como um cabo eleitoral seu, mesmo que dissimulasse de vez em quando, para no outro dia mostrar que a prefeitura resolvia o que era reclamado pelos seus telespectadores.
Já do secretário de Esportes nem se ouve falar, de tão tímidas que são as suas ações. Enquanto Londrina e Maringá classificam atletas para as Olimpíadas de Londres 2012, Ponta Grossa se arrasta há seis anos para construir um ginásio antes das eleições. Já os nossos atletas não conseguem sequer vestuários e equipamentos para treinar. Numa cidade com mais de 315 mil pessoas é muito provável que existam muitos jovens, potenciais atletas, sendo perdidos para o crack. Até quando?
Como o espaço do jornal e o tempo do leitor são escassos, encerro os comentários sobre tão gabaritada escalação. Registro apenas que quem teve três mandatos, poderia ter feito muito mais se fosse ágil e exigente com a sua equipe. Seu legado se resumirá em alguns prédios mal acabados e de custos astronômicos. Pouco para quem ficou tanto tempo e teve a oportunidade de fazer com que Ponta Grossa desse seu grande salto à modernidade administrativa e urbanística. Mas isto também ficará para o sucessor.
Sandro Ferreira. Cidadão de Ponta Grossa.

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