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As cerejas do bolo – Parte 2

Independente das cerejas do bolo da edição número 40 do Fenata e de expectativas positivas e outras que deixaram a desejar, a premiação dos espetáculos das mostras competitivas Adulta e Para Crianças foi uma das mais justas dos últimos anos. Só a observar alguma ou outra escolha.

Neste ano, a comissão julgadora das duas mostras demonstrou um apontamento de caminhos do teatro brasileiro que se pretende abrangente no que diz respeito a propostas de montagem. É claro que essa afirmação está circunscrita ao universo dos espetáculos selecionados para esta edição do festival. Todavia, as 13 montagens das duas mostras (sete da Adulta e seis Para Crianças) não deixaram de configurar uma amostragem do que se faz no país, atualmente. Não só pelos Estados representados – Rio de Janeiro (seis espetáculos), Santa Catarina (dois), Paraná (um), São Paulo (um), Acre (um), Rio Grande do Sul (um) e Minas Gerais (um) –, como também pelas várias formas de se fazer teatro: drama, épico, comédia, fantasia, musical e lírico/poético.

Também é necessário lembrar que a avaliação dos espetáculos é feita com base na sua performance no dia em que se apresentaram. Isso vale tanto para o Fenata quanto para qualquer outro festival que tenha caráter premiativo. Logo, se um espetáculo não for bem em sua apresentação no festival, é bastante provável que isso influencie na decisão dos jurados.

Nesse sentido, a premiação da mostra Para Crianças é emblemática. Os seis prêmios, incluindo o de melhor espetáculo, e as duas indicações de O reino da gataria, da companhia Atores In Cena, do Rio de Janeiro (RJ), por exemplo, indicam que o musical é uma modalidade em franca ascensão no Brasil.

Em segundo lugar ficou Cabeça de vento, da Pandorga Companhia de Teatro, também do Rio de Janeiro (RJ), com três prêmios e seis indicações. Já Lili reinventa Quintana, da Téspis Companhia de Teatro, de Itajaí (SC), ganhou como melhor atriz e teve quatro indicações.

Muito embora Portela, patrão. Mario, motorista, da Boa Companhia, de Campinas (SP), tenha levado seis prêmios – incluindo o de melhor espetáculo (que dividiu com Deus e o Diabo na terra do sol, da Companhia Provisória, do Rio de Janeiro [RJ]) – e sido indicado a outros dois, a premiação da mostra Adulta indica certo equilíbrio que há muito não acontecia no Fenata. Isso demonstra que, inegavelmente, houve uma tentativa por parte dos jurados de contemplar o maior número possível de espetáculos – mas, claro, levando em consideração a sua qualidade.

O forte e belo Deus e o Diabo na terra do sol levou três prêmios e outras nove indicações. E Pois é, vizinha…, da Companhia de Solos & Bem Acompanhados, de Porto Alegre (RS), além de ser indicado também como melhor espetáculo, levou os prêmios de melhor espetáculo pelo júri popular e melhor atriz (Deborah Finocchiaro).

A análise completa do 40º Fenata pode ser lida no blog ‘Boca de Cena’, no endereço www.diariodoscampos.com.br.

 

*Helcio Kovaleski é crítico e diretor de teatro

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