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Além dos muros da Universidade

Jorge dos Santos Avila*

Tarcísio Fanha Dornelles**

 

 

Gostaríamos de fazer uma reflexão (e crítica) nas quais também acabamos nos incluindo. Tudo bem que muitas vezes temos de comprar livros, sustentar copiadoras e adquirir materiais, às vezes caros. Contudo a universidade (prédios, salários dos professores, luz, água, telefone, laboratórios) é mantida pelos impostos de toda a sociedade; do médico ao lixeiro, do advogado à zeladora, do administrador ao pedreiro.

Sem querer generalizar, mas já pararam para pensar que, depois de formados grande parte dos médicos irá trabalhar em clínicas particulares ou sob planos de saúde. Uma parcela considerável de advogados abre ou associa-se a grandes escritórios, muitos administradores serão donos de suas próprias empresas, os economistas trabalharão em grandes bancos, professores optarão pela iniciativa privada ao invés de engajarem-se no ensino público; engenheiros venderão seu conhecimento a grandes organizações, postos de saúde carecem de dentistas; dentre outros casos?

São conhecidas as más condições de grande parcela do serviço público, responsáveis por afugentar promissores profissionais da contribuição efetiva à sociedade (por meio do trabalho), bem como a corrupção e marasmo, responsáveis pelo círculo vicioso de desinteresse: os bons se vão, fica o resto. Também se reconhece o valor técnico e econômico do trabalho na iniciativa privada, mas e a contrapartida social? Qual será a melhoria sentida por quem, por meio de impostos ajudou a custear o estudo, e não pode pagar por uma consulta, ou consultoria?

Enfim, se lá na frente a tendência é que o serviço em prol da sociedade se esvazie, fica a pergunta: o que nós, universitários, estamos dando em contrapartida para a sociedade, agora, no momento em que aproveitamos os recursos provenientes dela para construir nosso embasamento teórico-profissional e garantir o diploma ao final do curso?

 

 

 

* O autor é bacharel em Administração e Acadêmico de Ciências Econômicas (UEPG)  – [email protected] e

** O autor é acadêmico de Medicina (UEPG) – [email protected]

 

 

 

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