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ACREDITAR NA VIDA

Emerson Pugsley

 

 

Vivemos em uma sociedade repleta de pré-conceitos, onde os valores são outros, por influência da mídia em geral. Ao andarmos pelas ruas da cidade, presenciamos cenas fortes, de pessoas que não medem esforços para sobreviverem. Muitos em condições até desumanas, mas não desistem, pois querem completar o ciclo de sua existência.

A falta de oportunidades, o desemprego, a ausência do verdadeiro amor, transformaram a vida em um mundo de ansiedade, onde as preocupações são constantes, o sono demora a chegar e os remédios são muito procurados.

Qual é a solução então? Não podemos abandonar tudo e ficarmos esperando as coisas acontecerem, pois a sede e a fome não marcam horário, e sempre estão apresentando-se a nós mesmos para serem lembradas cotidianamente.

Em uma noite fria dessas, retornando de ônibus para casa, observei uma chocante cena, na qual moradores de rua, agrupados em uma cobertura de praça, dormiam naquele chão gélido, protegidos por panos velhos e plásticos. No meio do grupo deitado, aparecia um carrinho de bebê. Quando vemos cenas assim, o que podemos aguardar do futuro?

            O que estamos plantando nos dias atuais? O que podemos colher de bom ou não no futuro?

Expulsamos de nossos portões os mendigos, mas não paramos para imaginar que ali está uma pessoa, que tem frio, sente dor, necessita de carinho, atenção. Mas a vida é agitada, não temos tempo para reflexões. Precisamos ganhar dinheiro, aliás, sem ele, nada fazemos.

            Quando deitamos a cabeça no travesseiro, o que pensamos? Imagine aqueles que usam as calçadas, bancos de praça, degraus de escadas para encostarem sua cabeça. O que estas pobres criaturas possuem de diferente? Eu já disse tudo, são pobres. Mas isto não justifica o fato de serem excluídos e abandonados à própria sorte.

            Falam muito de Deus, igrejas a cada esquina, a televisão transmite ao vivo e em cores eventos religiosos, mas a teoria é maravilhosa e a prática desastrosa. Aquele abraço, naquela comunhão dos cultos, é muito gostoso, mas no dia-a-dia, não o sentimos mais.

            Não estou sendo crítico ou pessimista, mas penso ser a hora de olharmos o mundo que nos rodeia com os olhos do amor, da compreensão, do entusiasmo, pois os desafios são inúmeros, e o mundo girando 24 horas por dia, sofrendo alterações a cada segundo, sem podermos controlá-lo com nossas forças.

            Quem não quer ser feliz? Todos buscamos a felicidade, desde o nascimento. Quando choramos, algo não está bem. Aquele primeiro choro do bebê, se pudéssemos traduzir em palavras, talvez demonstrassem uma preocupação, pois acabou de chegar ao mundo e está rodeado de problemas. Todos choramos, independente de sermos crianças ou adultos, o que muda é o motivo. Alguns até choram de alegria, que contraste imenso. Outros de tristeza, estes talvez mais autênticos.

            O que dizermos então, de choros em uma noite escura, vindos de dentro de uma lata de lixo?

Cenas de um filme de terror? Ainda não, mas cenas de um mundo que buscou a tecnologia, que construiu obras modernas, mas se esqueceu do principal, o próprio ser humano. Cadeias lotadas, filas por todos os lados e não percebemos ou fazemos de conta, que mudanças de atitudes são necessárias. O maior nem sempre é o melhor, e o melhor nem sempre será maior. Pequenas atitudes podem sim transformar. O beija-flor, que busca apagar o incêndio da floresta, com gotas de água é um exemplo. Comece o exercício da renovação de sua vida, através de novos objetivos, com a consciência aberta a novas ideias. Você sentirá a diferença.

 

 

 

O autor é cidadão ponta-grossense   

 

 

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