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Entre dois turnos – Parte 2

À nova Câmara Municipal, agora com 23 cadeiras e quase 100 assessores (quatro para cada vereador), as urnas trouxeram renovação mais por conta do aumento de vagas do que pelo filtro dos eleitores, já que 75% dos veteranos que se candidataram se reelegeram mesmo a maioria apresentando queda nos seus votos absolutos. O coeficiente eleitoral contribuiu para eleger caciques, enquanto desvalorizou o voto dos cidadãos, que votam em determinado candidato, mas elegem outro. A vontade da maioria é subjugada pela legislação absurda, onde não é o número de votos que faz os vencedores, o que distorce o peso dos eleitores, que em tese vale o mesmo. Enquanto isso, a reforma política está parada há duas décadas no Congresso Nacional.

Talvez por ironia do destino, o suplente de vereador que apresentou a proposta para aumento de cadeiras na Câmara Municipal não obteve autorização da Justiça Eleitoral para candidatar-se e, o vereador que colocou o projeto em votação no plenário acabou por não se reeleger. Este inclusive prejudicado por uma guinada evangélica da sua coligação, cujo coordenador perpétuo alardeava que faria de sete a oito vereadores, mas acabou por eleger quatro, sendo dois, graças aos fiéis da Igreja Evangélica.

Neste caso, cabe lembrar que o Brasil é um Estado laico e que esse viés religioso de alguns partidos é um retrocesso político. Basta observar países teocráticos para constatar que política e religião devem ser como água e óleo. Para o progresso da democracia devem coexistir, mas sem se envolverem. E o mesmo vale para as Forças Armadas.

Ao próximo prefeito, a nova Câmara Municipal apresenta vantagem para o candidato do PPS, Marcelo Rangel, que tem 12 dos 23 vereadores do seu lado, enquanto Péricles do PT tem oito. O PDT tem dois e o PMDB um. Novatos são 14 e veteranos nove. Maioria absoluta dos novos, o que não deve ser vantagem para eles, já que são divididos entre si. Chama atenção também nesta nova composição a eleição de dois vereadores ditos comunistas, pois isto é chocante, já que todos sabem que o comunismo está em extinção em todo o planeta, haja vista a farta documentação mundial provando que aonde existiu o comunismo, só restou rastros de miséria, tiranias e tristezas para trás.

Hoje, só Cuba e Coreia do Norte ainda resistem ao pesadelo. A China, a nova potência capitalista abandonou o antigo regime há trinta anos, apesar de ainda estar longe de ser uma democracia. Mas parece que por aqui no Brasil, o comunismo ainda encontra alguns seguidores teimosos em não encarar a realidade dos fatos. Pois alguém precisa lhes contar que enquanto existiu o Muro de Berlim, nenhuma viva alma tentou passar do lado Ocidental para o Oriental, mas milhares morreram tentando fazer a travessia inversa atrás apenas de liberdade.

Enfim, o que de positivo e negativo esta nova legislatura nos apresentará, só o tempo dirá. No entanto, sabemos que 15 vereadores poderiam fazer ou deixar de fazer, como tem sido o hábito, o que 23 farão ou deixarão de fazer, só para manter a tradição.

 

Sandro Ferreira – Cidadão ponta-grossense

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