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Brasil ocupa segundo lugar do ranking dos países com pior trânsito do mundo

Brasil tem o segundo pior trânsito do mundo
Entre os fatores avaliados estão a qualidade nas estradas, mortalidade no trânsito, congestionamentos e custo de manutenção dos veículos. Foto: Arquivo Tecnodata.

O resultado de uma pesquisa realizada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em parceria com o site britânico Compare The Market aponta que o Brasil é o segundo lugar no ranking de países com o pior trânsito do mundo, perdendo apenas para a Rússia.

Entre os fatores avaliados estão: a qualidade nas estradas, mortalidade no trânsito, congestionamentos e custo de manutenção dos veículos em relação à renda da população.

A Rússia foi prejudicada na classificação por conta dos engarrafamentos e a qualidade das estradas. No entanto, no aspecto mortalidade, o Brasil – com uma taxa de 16 mortes para cada grupo de 100 mil pessoas, ficou à frente dos russos cujo índice de mortalidade é de 12/100 mil. Por outro lado, Dinamarca e os Estados Unidos ocuparam, respectivamente, na primeira e segunda colocação com o melhor trânsito do mundo.

Análise do especialista

De acordo com a estimativa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) no Brasil são 45 mil mortes no trânsito todos os anos, além de um custo econômico dos acidentes de trânsito no país que chega a R$ 130 bilhões.

Diante deste cenário, o diretor executivo da Federação Nacional da Inspeção Veicular (FENIVE), Daniel Bassoli, alerta para o fato de o Brasil superar a Rússia no índice de mortalidade no trânsito.

“É o pior colocado entre os países ocidentais. É um título bastante incômodo, mas infelizmente parece que esses números estão banalizados. Não causam mais surpresa”, ressalta.

Outro dado da pesquisa que Bassoli destaca diz respeito à manutenção dos veículos.

De acordo com o estudo, no Brasil o custo de manutenção de um automóvel equivale a 26% da renda do cidadão. “É uma marca muito alta para o orçamento familiar. Logo, esse tipo de despesa não entra como prioridade na planilha do brasileiro. Mesmo falta de manutenção sendo mais um fator que contribui para aumentar o índice de mortalidade no trânsito”, enfatiza e lamenta o especialista.

Vale ressaltar ainda, a questão da idade das frotas brasileiras. O levantamento realizado anualmente pelo Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores – Sindipeças, apontou que, em 2022, a frota de automóveis nas ruas brasileiras envelheceu pelo nono ano consecutivo. Atualmente, a média de idade dos veículos é de 10 anos e 9 meses. Ela é similar ao ano de 1994, quando a frota era apenas um mês mais jovem.

“Carros que não passam por manutenção periódica comprometem a segurança de todos. Os problemas são os mais variados, desde pneus com a vida útil vencida, sistema de freio precário, além de várias outras coisas que contribuem para os sinistros”, reforça.

Por fim, Bassoli evidencia ainda o aspecto ambiental que precisa ser considerado. De acordo com ele, quanto mais antiga a frota, maior o nível de poluição em função da quantidade de gases do efeito estufa que os veículos liberam no ambiente. “Há toda uma legislação exigindo a adequação dos carros zero quilômetro para garantir um nível aceitável de poluentes. No entanto, são necessárias políticas públicas para focar nas emissões da frota mais antiga”, afirma e finaliza.

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