em

Ponta-grossenses relatam volta às aulas em quatro países

Nos EUA, Gabriella voltou às aulas em agosto, mas em dezembro foi preciso voltar ao ensino remoto (Divulgação)

As aulas presenciais no ensino público municipal e estadual devem ser retomadas em fevereiro. Mas a pandemia causa um cenário de incertezas sobre como isso deve ocorrer. A reportagem do Diário dos Campos e portal dcmais contatou alguns ponta-grossenses que moram em outros países onde o ano letivo inicia no meio do ano, e que já vivenciaram a reabertura das escolas durante a pandemia. Confira os depoimentos:

Estados Unidos

Minha filha Gabriella tem seis anos. Aqui as aulas começaram em agosto de 2020. As crianças todas usavam máscara e só podiam tirar no ambiente externo e na hora do lanche, com distanciamento. Assim que começaram casos positivados nas escolas, as salas onde ocorriam contaminações de crianças eram fechadas e os alunos ficavam duas semanas em casa, até a cidade liberar o retorno. A menina que sentava ao lado de minha filha no ônibus testou positivo. Ficamos nós todos por duas semanas em casa, não chegamos a adoecer, e minha filha voltou duas semanas depois. Os casos aumentaram quando ficou mais frio, e então as turmas foram divididas em grupos, alternando aulas presenciais com online. Os casos subiram e está tudo virtual desde dezembro.Mônica Stinghen Jennings, ponta-grossense, vive em Signal Mountain, Estados Unidos

Monica Stinghen Jennings com o esposo Kevin e as filhas Gabriella e Isabella

Inglaterra

Tenho dois filhos, o Lucas de quatro anos, e o Gabriel, de sete. Não está sendo fácil, mas as escolas têm oferecido suporte. Criaram grupos chamados bolhas (bubbles) para cada ano, que tinham rotinas próprias para não se misturar. Passamos por inúmeras quarentenas, pois cada vez que surgir um novo caso a bolha toda precisava ficar em casa em isolamento. No início da pandemia tínhamos que seguir 14 dias isolados se tivéssemos contato com alguém que positivou e 10 dias se você fosse o paciente. Agora podemos ficar 10 dias em casa ao invés de 14. A escola usa a internet para envio de conteúdo diário para cada ano e tem uma live por semana com o professor da turma. As crianças usam aplicativos para treinar matemática, como tabuada por exemplo. As aulas começaram em setembro, mas com uma quarentena depois de outra, as crianças passaram bem pouco tempo dentro de sala de aula. O governo anunciou que as escolas devem ficar fechadas até 8 de março.Camila Lourenço Cardoso Dysktra, residiu em Ponta Grossa até 2004, vive em Londres, Inglaterra

Camila Lourenço Cardoso Dysktra com o esposo Ingo (de Carambeí) e os filhos Lucas e Gabriel

Portugal

As aulas aqui foram online pela teleaula até finalizar o ano letivo do ano passado. O ano letivo começa em setembro e vai até junho. No ano passado, no início da pandemia em março, todos os alunos foram mandados para casa. Minha filha, Maria Júlia, tem 13 anos e terminou o ano letivo em casa, fazendo ensino online. Em setembro voltaram as aulas presenciais. Mas agora houve novo lockdown. Até a segunda semana de janeiro se dizia que as escolas se manteriam fora do lockdown. Mas, com o agravamento dos casos, houve fechamento das escolas também. Anteciparam alguns dias de férias que seriam no mês que vem, e isso deve continuar assim até meados de fevereiro, quando pode ser prorrogado o lockdown ou voltar as aulas presenciais. – Christian Souza, ponta-grossense, vive desde 2004 em Lisboa, Portugal

Christian Martins de Souza com a esposa Débora Cabral (também ponta-grossense) e a filha Maria Júlia

Japão

Tenho duas filhas, uma com 12 anos e outra com três. A de três anos está na creche. Aqui não houve discussão sobre volta às aulas, porque o ensino não parou. O governo deixou claro que a produção das fábricas não podia parar. Algumas delas apenas reduziram carga horária. Então, as creches não podiam fechar, e não fecharam nem no auge da pandemia. Da mesma forma, as escolas só estenderam um pouco o período de férias. Depois que as crianças voltaram, as aulas não pararam mais. Agora temos um pico de contaminação, e o governo demonstra preocupação, mas não pararam nada. O que segurou um pouco [as infecções] foi que a cultura aqui já é de uso de máscara e álcool gel. Há muito tempo, basta uma pessoa ter sintomas de resfriado, e já coloca máscara pra não passar pra ninguém. Não é diferente entre os estudantes. Só foi aumentado o espaçamento entre carteiras. Mas tem educação física e até alguns eventos do tipo gincana. Diego Castro é castrense, residiu em Ponta Grossa e mora em Kani-Shi, Japão

Leia também: Paraná prevê interdições de escolas em caso de infecção por covid-19

Participe do grupo e receba as principais notícias da sua região na palma da sua mão.

Entre no grupo Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.