A Usina Elétrica de Oxigênio começou a funcionar na UPA Santa Paula na manhã de terça-feira (22). A instalação ocorreu no dia 14 de junho e desde então passava por fases de testes. O funcionamento foi confirmado pelo secretário municipal de Saúde, Rodrigo Manjabosco, durante entrevista no estúdio do portal dcmais.
O objetivo, segundo Manjabosco, é melhorar e agilizar o atendimento dos pacientes, aliviando o abastecimento e troca constante de cilindros. “A UPA passou na última semana por essa reestruturação do sistema de gases através da usina que hoje oferece 50% da capacidade de abastecimento e outros 50% através dos cilindros”, explicou.
De acordo com o secretário, a usina tem a capacidade de captar o ar do ambiente, fazer a sua concentração e purificar o oxigênio em 97,2%. A partir desse processo, ele é encaminhado para dentro da UPA onde estão os respiradores.
“Temos um tanque reserva e não precisamos ficar fazendo a reposição dos cilindros vazios. O abastecimento ocorria em Curitiba e essa logística era muito perigosa e complexa, justamente porque poderiam ocorrer imprevistos na rodovia e aumentando riscos de desabastecimento”, disse o secretário. A previsão ainda é de que mais uma usina deva ser doada à UPA Santa Paula por uma grande multinacional francesa nos próximos dias.
Panorama
Manjabosco destacou ainda que o patamar dos casos da covid-19 em Ponta Grossa é considerado estável mas, ainda assim, preocupante. “Não tivemos uma crescente do número de confirmados, mas os casos graves e internamentos ainda são muitos. Acredito que a UPA vai seguir ainda por 30 ou 40 dias com lotação máxima. Percebemos também uma agilidade maior na transferência dos pacientes. Antes eram cerca de dois a três dias para conseguir uma vaga. Hoje já reduziu muito esse tempo”.
O secretário destacou ainda que os números mostraram uma redução considerável na internação dos idosos com covid e aumento dos jovens com quadros bem graves. “O perfil da população adoecida está mudando e os jovens, sem comorbidades, estão indo parar em leitos hospitalares”, comentou.
Nova onda
Segundo o secretário, algo que tem preocupado muito os órgãos de saúde é a nova cepa indiana, com casos já confirmados no Paraná, e que é resistente ao sistema imunológico. “Mesmo quem está vacinado pode desenvolver essa doença. Por isso a importância de seguirmos com todos os cuidados necessários como o distanciamento e o uso de máscaras. Corremos um grande risco de enfrentarmos uma terceira onda com grandes impactos no sistema de saúde”, disse.
Imunização
Manjabosco destacou ainda que o município tem hoje de 80% a 90% das primeiras doses aplicadas e 78% das segundas doses realizadas. “A aplicação da segunda dose segue avançando com doses definidas e calendários específicos. Avalio que estamos com uma boa campanha e desenvolvemos um bom papel. É preciso reforçar ainda que as pessoas não precisam ficar temerosas por conta da reação. Todas as vacinas podem dar algum tipo de reação e a melhor vacina é aquela aplicada no braço, não importa a marca”, finalizou.