Foi realizado nos últimos dias em Blumenau (SC) o Concurso Brasileiro de Cervejas, maior premiação nacional do ramo. Neste ano 467 cervejarias participaram da disputa, enviando 3,1 mil amostras que foram avaliadas em 154 categorias – e, entre elas, três foram lideradas por produções de Ponta Grossa e Castro.
A premiação é feita por medalhas, de ouro, prata e bronze, e, para conquistá-las, a cerveja deve alcançar determinada pontuação. Em algumas categorias não são preenchidas as três colocações porque a quantidade mínima de pontos não foi atingida – é o caso dos estilos que premiaram a Strasburguer, de Ponta Grossa e a Ade Bier, de Castro. Ambas foram as únicas medalhistas nas suas categorias, indicando que os seus rótulos são os melhores do Brasil e o únicos genuínos do estilo em todo o país.
Brauerei Schultz
A Brauerei Schultz, de Ponta Grossa, teve a sua “Lager” premiada como Ouro na categoria Lager Styles/North American Origin Lages Styles/American-Style Lager, à frente da multinacional Brahma (Duplo Malte), por exemplo, que ficou em terceiro lugar.
O mestre cervejeiro Herus Schultz conta que o rótulo é novo: foi lançado no dia 9 de março, sem evento devido à pandemia. “Esse é o estilo mais consumido no Brasil, tanto é que a Duplo Malte ficou com o Bronze. Por isso é também uma das categorias mais concorridas da premiação. A nossa Lager não briga com as opções existentes no mercado, mas é mais uma à disposição do consumidor”, diz ele, afirmando que esta cerveja leva 20 dias para ficar pronta.“A Lager tem um teor alcoólico baixo, amargor baixo… é uma cerveja do dia a dia”, complementa.
Strasburger
Outra ponta-grossense eleita como a melhor do país foi a “Strasburger Oktoberfest”, da cervejaria Strasburger. Na categoria Lager Styles/European Origin Lager Styles/German-Style Oktoberfest Wiesn ela levou a medalha de prata – mas ficou com o título de melhor do Brasil porque não houve medalhista de ouro.
O mestre-cervejeiro Hans Strasburger conta que o rótulo foi criado há um ano e meio e, junto com a “1987 Original”, lidera as vendas da marca. “Esta premiada é a cerveja da Oktoberfest de Munich (Alemanha), bem focada para ser autêntica, dessa região. Quisemos trazer este paladar para cidade e estamos tendo uma venda tão boa que desde o dia premiação até hoje estamos sem estoque”, afirma, explicando que a produção demora em torno de 45 dias.
Segundo ele, a categoria não teve outras premiadas porque as outras competidoras estavam fora do estilo original. “Só não levamos ouro porque ela estava um pouquinho mais escura do que a exigência desse concurso, um tom de coloração a mais do que eles pediam. Na Alemanha seria premiada porque la é um pouco mais escura, mas de qualquer forma é a melhor Oktoberfest do Brasil”, avalia Strasburger.
Ade Bier
Já a Ade Bier, de Castro, teve a sua “Baronesa Red Flanders” premiada como Bronze na categoria Ale Styles/Belgian and French Origin Ale Styles/Belgian-Style Flanders Oud Bruin or Oud Red Ale – mas, como não houve medalhistas de Ouro e Prata, foi considerada a melhor do país deste estilo.
Fabiano Kozechen fundou a cervejaria em 2016, quando se mudou de Ponta Grossa para a cidade vizinha. Ele conta que a Baronesa nem tinha sido lançada antes do concurso, pois ele aguardava para fazer um evento – mas, com o reconhecimento nacional, o rótulo já foi disponibilizado para venda.
“Esta cerveja leva dois anos para ficar pronta, pois é bem complexa. Ela evolui com o tempo; quanto mais tempo der para as leveduras trabalharem, mais serão desenvolvidos os compostos aromáticos e o sabor”, afirma o mestre-cervejeiro, que na Ade Bier foca em cervejas complexas com leveduras selvagens.
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