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Transformação de lixo em energia paga 100% da luz da UPA Sant’Ana

Usina termoelétrica a biogás de Ponta Grossa está operando apenas um quarto da sua capacidade e visa ampliar coleta para aumentar produção

Foto da usina termoelétrica de pg
Estrutura foi construída pela PGA e inaugurada há cerca de um ano (Foto: Divulgação)

Inaugurada no final de abril do ano passado, a Usina Termoelétrica a Biogás (UTB) de Ponta Grossa está operando apenas um quarto da sua capacidade, mas já atingiu resultados que mostram o seu potencial de sustentabilidade através da transformação de lixo em energia. Um deles é o fato de já ter pagado 100% da conta de luz da UPA Sant’Ana, por exemplo, além de parte das faturas de energia de outros três imóveis municipais.

Apesar de começar a operar em maio de 2021, a UTB só obteve autorização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para fazer a compensação nas faturas a partir de setembro. De lá até dezembro cerca de R$ 63,5 mil foram abatidos da conta de luz dos quatro prédios, uma média de 26% de economia do consumo dos locais, de acordo com o Município.

A meta é aumentar consideravelmente estes números, já que atualmente a estrutura vem recebendo apenas 26,6% da sua capacidade de processamento. 

“Os resultados variam muito de mês a mês, pois dependem do volume da coleta. Já chegamos a coletar 8 toneladas por dia de resíduos orgânicos, mas a usina tem capacidade de receber até 30 t/dia. Temos como meta bater a marca de 15 ton/dia até o início do segundo semestre e de 20 ton/dia até o fim do ano, para em 2023 chegar à capacidade máxima que é de 30 toneladas por dia”, disse o secretário municipal de Meio Ambiente, André Pitela, em entrevista à reportagem do jornal Diário dos Campos e portal dcmais.

“Para isso, precisamos ampliar a coleta de orgânicos. Então pedimos para que empresários de restaurantes, bares e lanchonetes entrem em contato conosco para que possamos incluí-los na programação, que hoje abrange 75 estabelecimentos. Não há mínimo de montante de resíduos e todos do setor podem participar”, frisou ele, destacando que a Prefeitura também oferta treinamento e palestras de educação ambiental às empresas para que elas saibam de que forma devem separar o lixo para a sua transformação em energia pela UTB.

Foto da usina termoelétrica de pg
Foto: Arquivo DC

Novidades

Como forma de atrair mais geradores para a coleta, segundo Pitela a Prefeitura já elaborou uma lei que visa conceder um Selo Ambiental de reconhecimento aos estabelecimentos que participarem da ação, que não tem nenhum custo – nem para a iniciativa privada e nem para a UTB, já que o caminhão que faz a coleta é elétrico e totalmente abastecido com a energia gerada pela própria usina.

Outra novidade é que condomínios fechados estão começando a integrar o projeto, através dos seus planos de gerenciamento de resíduos. “A última etapa é abrir a coleta exclusiva de orgânicos para a população, com a qual já startamos o recolhimento de óleo de cozinha. A meta é fazer isso a partir de janeiro de 2023”, conta o secretário municipal.

Plano de metas

O Plano de Metas da administração municipal já prevê como objetivo triplicar o montante de lixo orgânico coletado na cidade. Segundo o documento, foram coletadas 2.080 toneladas em 2021 e para este ano a intenção é chegar ao dobro (4.160 toneladas), para que então no final de 2024 sejam totalizadas 6.240 toneladas. 

Destinação da energia

Da energia gerada pela UTB, segundo o secretário de Meio Ambiente 25% é destinada à UPA Sant’Ana, 25% ao funcionamento da própria usina, 22% ao prédio Guaíra (que sedia a Secretaria de Cidadania e Segurança Pública), 19% ao Hospital Municipal e 9% ao Paço Municipal.

“A escolha desta divisão leva em conta o fato de que a energia, obtida através do lixo, pode ser destinada diretamente a salvar vidas enquanto que ao mesmo tempo cuida do meio ambiente”, destaca André Pitela.

Saiba mais

A Usina Termoelétrica a Biogás foi construída pela empresa Ponta Grossa Ambiental (PGA), concessionária de serviço público, por meio de contrato com o Município de Ponta Grossa. Ela está instalada no Distrito Industrial Cyro Martins, em terreno de aproximadamente 10.000 m², e recebeu um investimento de R$ 12 milhões da PGA, que também é responsável pela sua operação e manutenção pelo período de 15 anos.

A UTB possui capacidade para receber até 30 toneladas diárias de resíduos orgânicos sólidos e líquidos (óleo usado) coletados seletivamente, que são transformados em biogás através de 2 biodigestores já existentes. No local, há também sendo que há espaço reservado para ampliação futura de mais 2 biodigestores.

Transformação de lixo em energia

No interior dos biodigestores bactérias realizam a digestão da matéria orgânica e nesse processo produzem o biogás, um gás composto por grande quantidade de metano, material altamente combustível. O gás é então direcionado para os motogeradores, onde é queimado, e com isso, produz-se energia elétrica, a qual é transferida diretamente para a rede da Copel.

Foto da usina termoelétrica de pg
Foto: Divulgação

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