O Dia de Prevenção e Combate à Surdez, celebrado em 10 de novembro, alerta para os cuidados com a saúde auditiva em todas as idades. Os principais casos de surdez estão relacionados ao envelhecimento, no entanto, a falta de cuidados pode causar danos irreversíveis na audição de jovens e crianças.
De acordo com o médico otorrinolaringologista e professor da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Rafael Francisco dos Santos, a surdez também atinge bebês recém-nascidos prematuros. "Isso ocorre por conta do tempo em que esses bebês ficam internados. Os medicamentos fortes causam lesões do nervo auditivo provocando a perda da audição", explica.
Outro fator também está ligado às intercorrências que acontecem durante a gestação e no parto. "Por isso, toda criança precisa realizar o teste da orelhinha no hospital. É um exame rápido e indolor que irá apontar se existe algum problema. O diagnóstico precoce é fundamental para que o tratamento seja eficaz", diz o especialista.
Os pais também precisam estar atentos para alguns sinais que irão indicar se existe perda auditiva. "É preciso estar atento nos marcos de desenvolvimento de linguagem. Além disso, crianças com três meses já começam a identificar sons. Se houver falta de atenção, não reconhecimento dos pais ou caso a criança não procure com os olhos de onde vem o som é preciso procurar um especialista", aponta. O tratamento em crianças, segundo o otorrino, consiste em um implante coclear, dispositivo eletrônico que ajuda na melhoria da qualidade de vida.
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Jovens e adultos
A exposição em lugares com som altos e o hábito de utilizar fones de ouvido também podem causar danos na audição de jovens e adultos. "A prevenção vale para a vida toda. A poluição sonoro causa perda auditiva com o passar do tempo. Outro cuidado é manter hábitos saudáveis e controlar doenças como pressão alta e diabetes que interferem na circulação de sangue no ouvido", alerta o médico.
Idosos
Já com relação aos idosos, a perda da audição acontece após os 60 anos. O fator, de acordo com Rafael, é ainda mais preocupante pelo fato de causar isolamento social e dificuldade de se relacionar.
"Os familiares devem ficar atentos se o idoso assiste televisão com um volume muito alto ou quando ele te ouve, mas não te entende e, ainda, quando tem dificuldades para ouvir vozes de mulheres e criança. Essa observação é muito válida para evitar que a surdez cause depressão e ansiedade. Para estes casos também existe tratamento que consiste no uso de aparelhos", destaca o otorrino.
Números
O Hospital Universitário Regional recebe pacientes de toda a região para consultas e exames relacionados à saúde do ouvido. Somente em 2018, foram atendidos mais de 3 mil pacientes no hospital. Neste ano, de janeiro a setembro, já são 2,7 mil atendimentos realizados.