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Suicídio é problema real, mas difícil de dimensionar

A preocupação sobre o problema do suicídio é crescente no mundo. Mas, embora casos de tentativa de suicídio sejam diárias, elas nem sempre são fáceis de serem identificadas. Em Ponta Grossa, por exemplo, o Corpo de Bombeiros identificou, em janeiro deste ano, seis ocorrências nas quais alguém estaria tentando tirar a própria vida. Em todo o ano passado, teriam sido 39 situações.

Mas, de acordo com o 2º GB, o número é bem maior, já que muitas vezes, a ocorrência entra com outra nomenclatura, e só é identificada como suicídio ou tentativa durante o atendimento. Em outras ocasiões, somente um inquérito da Polícia Civil pode confirmar a causa da morte.

As divergências também ocorrem porque os registros passam por diversos órgãos. Enquanto os bombeiros verificaram, em 2019, 724 casos de suicídio em todo o Paraná, a Secretaria de Estado de Saúde registrou 841, em decorrência de lesões autoprovocadas. Em escala global, a Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que ocorra um suicídio a cada 40 segundos.

 

Apoio

O Centro de Valorização da Vida realiza apoio emocional e prevenção ao suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, email e chat 24 horas todos os dias. No Paraná o serviço funciona desde 2018, por meio do telefone 188 e pelo site cvv.org.br.

 

Saiba perceber os indícios

– A pessoa combina dois ou mais sentimentos ou ideais conflituosos e busca atenção por se sentir esquecida ou ignorada.

– Em geral, os suicídios são premeditados. A expressão do desejo de se matar não deve ser interpretada como simples ameaça ou chantagem emocional.

– A pessoa fala sobre morte, suicídio e falta de esperança com frequência. Tem visão negativa da vida e do futuro.

– Reduz as atividades sociais, principalmente com as pessoas mais próximas.

– Pessoa pode ter histórico de transtornos mentais como depressão (simples ou bipolar)

– A dependência química (álcool e drogas) é um fator de risco;

– A esquizofrenia também pode tornar a pessoa predisposta ao suicídio;

– Homens são mais propensos a suicídio que mulheres. Homossexuais, bissexuais e transexuais têm índices maiores de suicídio, por motivos culturais e preconceitos sociais.

 

Orientação antes e depois

Nerildo Becchi Dal Prá atua há anos na prevenção contra suicídios e na orientação de pessoas que gravitam, direta ou indiretamente, em torno do problema. Ele já trabalhou como voluntário no CVV, e deu seguimento ao serviço por sua própria conta, como conselheiro.

“Quando se trata de fato já ocorrido, damos suporte emocional à família, orientação, tentamos passar o que já sabemos, para que possam aprender a lidar com isso. O luto é um processo biológico necessário, pelo qual todo mundo passa”, diz. Cada caso é um caso, o que pode significar encaminhamento a psicólogo, psiquiatra, medicação ou tratamento assistido. Quando se trata de intenção de suicídio, ele explica, não se pode perder nem 10 minutos.

 

Leia a cartilha do Ministério da Saúde e saiba como agir diante de uma pessoa que manifesta tendências suicidas:

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