Uma profissional da saúde foi alvo de agressões dentro da UPA Sant’Ana, no bairro Estrela, em Ponta Grossa. Um paciente que teria dado entrada durante a noite e tinha sinais de embriaguez foi o autor. O caso voltou a expor a falta de segurança da Unidade de Pronto Atendimento inaugurada neste ano. Episódios de violência são reincidentes no local, especialmente contra os servidores.
Desta vez, a trabalhadora agredida dentro da UPA estava em atendimento de emergência quando o homem alterado investiu contra ela. Somente com auxílio de outras pessoas os ânimos se acalmaram. Policiais militares estiveram na Unidade e registraram o boletim de ocorrência contra o agressor. Mais uma vez a sensação de insegurança esteve presente entre os funcionários.
Desde março eles estão solicitando às autoridades municipais melhorias nas condições de segurança da UPA Sant’Ana, que se tornou uma das principais portas de entrada do fluxo de urgências da cidade.
Em julho houve o caso mais assustador: uma tentativa de estupro. Segundo o boletim registrado na época, um cidadão com problemas psiquiátricos estava sem as vestimentas e exibia o órgão genital. Ele teria invadido a sala de Raio-X e fechado a porta. Lá estava uma servidora que conseguiu se esquivar da investida e sair da sala. Em documento oficial, autoridades de segurança informam que o autor foi segurado pelos braços para que fosse medicado após o ataque.
O caso chegou a ser exposto pelo Sindicato dos Servidores Municipais (Sindserv) na Tribuna da Câmara Municipal. Na mesma época, em reportagem do dcmais, a Secretaria de Cidadania e Segurança Pública informou que estudaria medidas de vigilância no local por meio de monitoramento eletrônico. Além disso havia tratativas para disponibilização de contingente da Guarda Municipal no local.
Estopim
A agressão registrada no feriado prolongado – sete meses após as primeiras reclamações dos servidores – foi o gatilho para a tomada de providências. Segundo a Prefeitura de Ponta Grossa, até a instalação de câmeras de monitoramento e de alarmes, equipes da Guarda Municipal vão se revezar para garantir segurança de pacientes e servidores da UPA Sant’Ana.
De acordo com a secretária Tânia Sviercoski, da Cidadania e Segurança Pública, é inviável manter os guardas permanentemente dentro da UPA por conta de outras demandas da cidade. Por isso deve ser implantado sistema de vigilância remota, com câmeras integradas à Central de Monitoramento da Guarda Municipal.
A Prefeitura também pretende instalar dispositivos similares ao ‘botão do pânico’. Eles são considerados suficientes para acionar as equipes de reação rápida da Guarda Municipal. A administração pública diz que as instalações vão ocorrer ‘em poucas semanas’.
“É imprescindível que o servidor e o cidadão que busca as unidades de saúde sinta-se seguro e saiba que está sendo monitorado. Nossos guardas estão preparados, equipados e aptos para intervir sempre que necessário. Os ajustes que estamos tratando neste momento vão facilitar o acionamento da Guarda Municipal em caso de necessidade, com pronta resposta e efetividade”, assegura Tânia.