em

Quais as propostas dos candidatos à prefeitura para o transporte coletivo de Ponta Grossa?

Adoção de tarifa zero, criação de praças de integração, assim como o incremento do sistema e maior fiscalização estão entre as propostas dos prefeituráveis

(Foto: Reprodução)

Assinado em junho de 2003, chegará ao fim, em meados de 2023, o contrato de concessão para operação do serviço público de transporte coletivo urbano de passageiros, firmado entre o Município de Ponta Grossa e a Viação Campos Gerais. Com cinco aditivos ao contrato de concessão feitos ao longo dos anos, não há previsão legal de outra renovação de contrato. Assim, caberá ao próximo prefeito ou prefeita de Ponta Grossa definir os rumos da prestação do serviço na cidade.

O assunto, que tem gerado muita discussão ao longo dos anos, é tratado por todos os candidatos a prefeito(a) de Ponta Grossa em seus planos de governo protocolados junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A candidata a prefeita Mabel Canto (PSC) promete, por exemplo, restruturar as linhas e revisar a planilha do transporte coletivo, com objetivo de impedir aumento da tarifa, além da criação de praças de integração do transporte coletivo.

Entre as propostas do candidato a prefeito Marcio Pauliki (SD), está a implantação do bilhete único no sistema de transporte coletivo.

Já a vice-prefeita Elizabeth Schmidt (PSD), que disputa as eleições, cita, em seu plano de governo, a equalização e incremento do sistema de transporte coletivo.

O Professor Edson (PT), candidato a prefeito pela coligação ‘Ponta Grossa: uma cidade para você’ propõe, em seu plano de governo, implantar a tarifa zero no transporte coletivo. Para ele, a proposta já apresentada pela atual gestão, e que foi rejeitada pelo Legislativo, precisa ser aprimorada. Ele cita defende ainda que o monopólio no atual contrato seja analisado e discutido junto com o novo terminal do bairro Santa Paula, que abre novas perspectivas para aquela região e a ligação com Ouro Verde e Santa Tereza.

O Professor Gadini (PSOL), por sua vez, destaca, em seu plano de governo, que a proposta é criar estrutura e recursos humanos na Autarquia Municipal de Trânsito (AMTT) para fiscalizar o serviço de transporte. Outra meta é priorizar o uso e acesso ao transporte coletivo, racionalizando a malha e fluxo de ônibus com oferta de linhas, maior agilidade, adaptação de rotas de curto trajeto nos bairros centrais, linhas interbairros, incentivando o não uso de veículos privados.

Veja o que pensam os candidatos à prefeitura de PG sobre o transporte coletivo

1. O atual contrato de concessão do transporte coletivo de Ponta Grossa encerra em 2023. Isso o significa que caberá ao(à) próximo(a) prefeito (a) fazer um novo contrato. Neste sentido, qual deve ser o modelo que será licitado caso o(a) candidato(a) vença as eleições? Será separar em diversos lotes ou lote único?

Mabel Canto – “A nova concessão será amplamente discutida com toda a comunidade. É uma decisão que tem que ser discutida com todos os setores num amplo processo de transparência. É um momento importante em que teremos a oportunidade de rediscutir o transporte coletivo em Ponta Grossa”.

Marcio Pauliki – “Em 2023, teremos o término dos contratos do transporte público de Ponta Grossa e acredito que temos que abrir novos lotes e exigir que o novo contrato tenha diversas melhorias para os usuários de ônibus, como Wi-Fi, ar-condicionado nas principais linhas, expansão de linhas além de terminais mais seguros e mais limpos”.

Professor Gadini – “Nosso compromisso é garantir participação popular, para não repetir erros dos prefeitos nestes 20 anos recentes em PG. Primeira medida é criar condições técnicas e profissionais para fiscalização do serviço, o que prefeitos não fazem. A licitação precisa assegurar disputa básica e contrato com indicadores técnicos capaz de garantir fiscalização”.

Professor Edson – “O encerramento do contrato é a oportunidade para pensar um modelo diferente. Vamos propor uma fase de transição a fim de implementar a ‘tarifa zero’ e a remuneração da empresa (ou empresas) será por quilômetro rodado, depois de realizado estudo de origem e destino para otimização das rotas e dos pontos de transbordo”.

Professora Elizabeth – “O modelo a ser adotado, sem dúvida, é o da licitação em lotes. Mas não podemos esquecer que estamos em meio a uma pandemia que afetou profundamente toda a economia, com reflexos também sobre o sistema de transporte. No momento da abertura do processo licitatório, teremos que primeiramente ouvir as demandas da população e, a seguir, a realidade do setor”.

2. O(a) candidato(a) pensa em formas de integração do transporte – com um único bilhete, poder trafegar por diferentes linhas, sem necessariamente passar pelos terminais, por exemplo? Qual seria a proposta do(a) candidato(a) neste sentido?

Mabel Canto – “Uma das propostas é criar praças de integração, com implantação de uma estrutura intermediária entre um terminal do transporte e um ponto de ônibus, que oferecerá ao usuário um local adequado para embarque, desembarque e espera pelos veículos do transporte coletivo. A vantagem é a possibilidade, de forma eletrônica, que o usuário tem de poder sair de uma determinada linha de ônibus – dentro de um tempo pré-determinado – e embarcar em outra sem a cobrança de uma segunda passagem. Ao todo, seriam seis praças de integração”.

Marcio Pauliki – “Em 2012, eu já discutia sobre o transporte público, principalmente, em relação à criação do bilhete único, algo tão importante para o direito de ir e vir de todos os ponta-grossenses. Nos primeiros 100 dias, nós vamos colocar o bilhete único em funcionamento no sistema de transporte público, com tempo de até três horas para a pessoa sair e retornar do Terminal de Transportes, ou poder desembarcar de um ônibus e poder voltar para a mesma linha sem a necessidade da compra de um novo bilhete”.

Professor Gadini – “Não há espaço para lucro líquido, como prevê o atual contrato. Com transparência, vamos reduzir a tarifa e buscar condições técnicas para incluir pessoas que não podem pagar tarifa no transporte, começando com desempregados e mais carentes (pelos dados no CadÚnico), para planejar implantação gradual da tarifa zero no transporte coletivo de PG. Prioridade ao transporte coletivo, com mais ciclovias/ciclofaixas nos bairros, vai retirar carros das ruas, facilitando mobilidade e deslocamento em toda cidade”.

Professor Edson – “A integração através de praças de transbordo tem a ver com a possibilidade de circulação entre bairros sem passar pelo centro, é logística, pois vamos implantar a gratuidade do transporte. Não haverá bilhete, entretanto o controle do sistema será realizado através de aplicativo de mobilidade urbana que permitirá a melhor organização logística do sistema. A tarifa zero será sustentada pelo fundo municipal de transporte público – com contribuição de empregados e empregadores, taxas municipais de estacionamento e tarifação dos transportes individuais”.

Professora Elizabeth Schmidt – “Atualmente, o município já conta com linhas onde os usuários podem utilizar a integração temporal sem a necessidade de pagamento de outra passagem para deslocamento dentro de um prazo de tempo pré-determinado. A exemplo disso, já temos linhas na região do Santa Terezinha Uvaranas, San Martin e Dom Bosco, que podem ser otimizadas. Diante disso, a partir de 2021, pretendemos ampliar esse modelo e implementar essa integração em outras regiões da cidade, o que deve ir ao encontro do remapeamento do transporte e melhoria global do sistema”.

Participe do grupo e receba as principais notícias da sua região na palma da sua mão.

Entre no grupo Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.