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Em meio à pandemia, UPA Santa Paula enfrenta superlotação

Foto: José Aldinan/ Dcmais

Por Patrícia Lucini

Além da lotação da ala covid do Hospital Universitário Regional dos Campos nos últimos sete dias, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Santa Paula também tem apresentado lotação no atendimento a pacientes com suspeita da doença.

A afirmação foi feita pelo diretor do Hospital Universitário Regional dos Campos Gerais (HU-UEPG), Ricardo Zanetti, durante coletiva de imprensa na manhã desta quarta-feira (24), ao responder questionamento feito pelo dcmais e jornal Diário dos Campos sobre as taxas de ocupação da ala covid nos últimos dias e também por funcionários da UPA que conversaram com a Redação. Zanetti comentou que a unidade está superlotada e “fecha suas portas regularmente porque não consegue pôr mais ninguém dentro”.

Segundo o secretário municipal de Saúde, Rodrigo Manjabosco, o fechamento da UPA é um dispositivo da Vigilância Epidemiológica que serve para qualquer tipo de serviço de saúde, quando uma instituição chega à capacidade máxima de atendimento, avisando outros entes da rede sobre a lotação e, que, portanto, não tem capacidade de receber novos pacientes até que novos leitos sejam desocupados. “Infelizmente, neste momento de pandemia, este dispositivo tem sido acionado mais frequentemente na UPA”, aponta.

A situação em Ponta Grossa se mostra grave: há quase uma semana os 46 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da ala covid do Hospital Universitário (HU), referência para pacientes covid do Sistema Único de Saúde nos Campos Gerais, permanecem 100% ocupados, segundo os informes emitidos diariamente pela UEPG. Além disso, conforme levantamento feito pelo dcmais e jornal Diário dos Campos entre 15 e 22 de fevereiro, cinco pessoas com suspeitas de covid-19 ou casos confirmados morreram na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Santa Paula e uma no Pronto Socorro Municipal (PSM), que são apenas portas de entrada para os pacientes covid.
 

A Fundação Municipal de Saúde informou ao dcmais, que a transferência de pacientes acontece através da Central de Leitos, serviço ligado ao Governo do Estado. Relatos de funcionários  da UPA ao dcmais, apontam que já faz tempo que a Central de Leitos faz a busca de leitos e pacientes precisam ser transferidos para hospitais de outras cidades, como Guarapuava, Campo Largo, Telêmaco Borba, por falta de leitos em Ponta Grossa. Segundo funcionários, alguns plantões estão fechados para encaminhamento de pacientes via Samu por conta da superlotação.

Conforme profissionais que trabalham na unidade, ainda devido à superlotação, os pacientes têm recebido senhas para aguardar atendimento do lado de fora, como forma a evitar aglomeração. À Redação, funcionários comentaram que os pacientes que faleceram com suspeita ou casos confirmados de covid na UPA foram bem atendidos por todos, “mas eram casos muito graves. Está muito tensa a situação”.

Caos

Este panorama mostra que o sistema de saúde está bem próximo de um colapso por conta da covid-19. “Não sou eu o primeiro a falar isso. O secretário [estadual] de Saúde [Beto Breto]  já colocou a situação que estamos realmente muito próximos de entrar num colapso”, afirmou Zanetti, durante a coletiva de imprensa.

Para Zanetti, os óbitos em unidades de pronto atendimento, sem que haja tempo hábil para que cheguem até uma unidade mais complexa como o HU é “doloroso e entendemos que efetivamente não estamos conseguindo atender toda a demanda”. Ele aponta que o HU tem quatro leitos de emergência covid-19, que recebe os pacientes que vêm pelo Samu. “Para atender os pacientes que já não têm mais vaga mas a UPA precisa mandar;estamos com 16 pacientes, e mesmo assim a UPA continua superlotada”, avalia.

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