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Prefeitura de PG busca controlar alagamentos

Por vários anos a topografia acidentada de Ponta Grossa fez com que os alagamentos se restringissem nas partes mais baixas, notadamente em áreas de moradia irregular, próximo aos arroios. No entanto, mais recentemente o nível das águas passou a subir em dias de chuvas nas ruas centrais e em ligações interbairros, obrigando a Prefeitura a realizar obras e buscar alternativas para o problema, enquanto que enchentes ainda são verificadas em vários pontos da cidade, por onde passar os córregos.

Para o secretário municipal de Meio Ambiente, Paulo Barros, a situação ocorre por dois motivos principais: galerias antigas que canalizam os arroios e já não comportam o volume de água; e aumento da área urbana de Ponta Grossa.

“Com o passar dos anos, o aumento de moradias e de pavimentação causou a impermeabilização da cidade. Então a água das chuvas naturalmente procura o arroio mais próximo para escoar, e acaba levando sedimentos, reduzindo ainda mais o diâmetro das galerias. Aí as tubulações já não têm como dar vazão rápida a essa água, que não tem por onde infiltrar, e gera os alagamentos”, descreve Barros.

Com isso, começaram a surgir crateras em vários pontos da cidade. As maiores verificadas neste ano estava na região da Vila Catarina Miró e na Ronda. Ainda não há confirmação da equipe técnica da Prefeitura, mas a suspeita é que os desmoronamentos que obrigaram à interdição de pelo menos dois imóveis, com demolição de um deles, foram ocasionados por galerias antigas que romperam e geraram erosão no solo.

 

150 arroios

Um levantamento recente, baseado no crescimento da cidade, apontou que são cerca de 170 quilômetros de arroios urbanos, distribuídos em 12 bacias hidrográficas de Ponta Grossa. Boa parte dos 150 arroios está espalhada sob ruas e imóveis, canalizados décadas atrás, e nem sempre a localização deles consta em um mapa. Algumas vezes, eles só são descobertos quando ocorre o colapso e transbordamento de uma das galerias.

 

Educação

A Secretaria Municipal de Educação realiza atividades com alunos nas regiões de arroio, ensinado às crianças a importância de cuidar dos córregos e envolvendo as comunidades no diálogo sobre o tema. Recentemente, alunos da Escola Zilá Bernadeth Bach foram ao arroio no Núcleo Dom Bosco e conversaram com moradores. A escola está programando atividades futuras para realizar a limpeza do arroio, em uma atividade pedagógica e envolvendo como temas meio ambiente, cidadania, ciências naturais e outras disciplinas.

 

Meta é limpar mais 20 arroios

Segundo a assessoria de imprensa do Município, as ações de limpeza e desassoreamento de arroios são realizadas pela Secretaria Municipal de Serviços Públicos (SMSP) conforme a demanda. Desde o ano passado foram retiradas, em média, duas toneladas de entulho e vegetação de arroios. O secretário Márcio Ferreira acredita que as ações têm surtido resultado.

“Pretendemos realizar a limpeza de 20 arroios até o final do ano, totalizando 40 arroios desobstruídos entre 2017 e 2018. Reparamos que os locais onde já estivemos não voltaram a apresentar o problema de enchentes, a exemplo do arroio na região do Santa Lúcia e do arroio da Ronda”, diz Ferreira, lembrando uma obra realizada em parceria com a concessionária CCR RodoNorte, às margens da BR-376. Em relação à desobstrução de bueiros, apenas nesse ano foram realizados reparos em 40 locais pela SMSP.

 

Alagamentos na Rua Polônia

Enquanto algumas regiões recebem melhorias, em outras surgem problemas novos. A chuva da última terça-feira (27) fez transbordar arroio na região da Vila Guaíra, invadindo casas das ruas Polônia e Suíça. Luís Carlos Televi Cordeiro, 68 anos, mora na região há cerca de 10 anos. Ele conta que já enfrentavam o problema das enxurradas que desciam a rua, mas que foi há cerca de cinco meses que vieram as enchentes do arroio.

“Veio muito lixo trazido pelas chuvas. Parte disso vem do pessoal que faz separação de material reciclável. A chuva leva tudo para o arroio, e aí só aumenta o nível da água. Tem vizinho que abre buraco no muro para escoar a água, as nada é suficiente. A última limpeza em arroio aqui já tem mais de 20 anos”, diz.

A SMSP garantiu que a região já está no cronograma de obras, mas que as chuvas que ocorrem desde dezembro, e que se intensificaram nesta semana, impediram o trabalho das equipes, que devem ir ao local assim que as condições climáticas ficarem mais favoráveis.

Cordeiro: “A água sobe e traz lixo pra dentro de casa” (Fábio Matavelli)

 

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