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Prefeitura confirma surto de cinomose em Ponta Grossa

(foto: Arquivo DC)

A Prefeitura de Ponta Grossa, por meio da Secretaria de Meio Ambiente, confirmou nesta sexta-feira (24) que a cidade passou por surto de cinomose, acometendo principalmente os animais de rua. Contudo, a administração municipal afirma que a fase mais grave do contágio pelo vírus já passou.

De acordo com comunicado recebido pela reportagem do DCmais na tarde de ontem (23), mas que teria sido publicado ao final de janeiro pela veterinária Renata Madureira, o CRAR de Ponta Grossa teria registrado 61 óbitos de animais no período de 90 dias. Desse montante, 27 animais tiveram o diagnóstico clínico compatível com cinomose. Das 27 mortes, 60% ocorreram entre dezembro e janeiro.

Desse mesmo grupo de animais que morreram por conta do vírus, 22 eram filhotes e cinco eram adultos. O CRAR ainda apresentava ao final do mês passado outros 25 animais doentes e com sintomas da doença.

“A Secretaria de Meio Ambiente informa que houve um surto na cidade e que acabou acometendo os animais de rua, sejam os abrigados pelas ONGs, como também os pelo CRAR. Além disso, este surto fez com que o CRAR acabasse recebendo em maior número muitos dos animais que iriam para clínicas. Contudo, o surto já foi controlado, a partir de medidas de higiene e isolamento”, comunicou a Prefeitura nesta sexta (24) por meio de nota, sem repassar números fechados relacionados ao surto.

Cinomose

A cinomose é uma virose que afeta o sistema digestivo e provoca enterite, pneumonia e encefalite. Os animais acometidos eliminam o vírus por urina, fezes e secreções respiratórias. O tratamento comumente utilizado é baseado em conter a infecção secundária em vias digestivas e respiratória. A limpeza do local desses animais deve ser realizada constantemente a fim de conter a disseminação do vírus.

Na fase mais tardia da doença ocorre o acometimento do sistema nervoso central. É quando o animal passa a andar de maneira desorientada e apresenta tremores musculares que podem evoluir para crises de convulsões.

Os principais sintomas são apatia, perda de apetite, diarreia, vômito, febre, secreções oculares (remela em grande quantidade), secreções nasais (pus), convulsões, paralisias, tiques nervosos e falta de coordenação.

Os animais doentes devem ser isolados dos demais animais sadios. A prevenção é baseada na vacinação com no mínimo três doses de vacina óctupla.

Falta de medicamentos

Em janeiro, conforme o comunicado recebido pela reportagem, o CRAR trabalhava com a lotação acima do limite, com falta de medicações utilizadas para o tratamento da cinomose (amoxicilina com clavulanato, metronidazol, vermífugos e probióticos). Havia também falta de vacina e registro de falhas na limpeza e na alimentação de animais, conforme indicava Renata Madureira.

“Comunicamos que, pela avaliação técnica veterinária, manter os cães no canil doentes, sem acesso à medicação adequada e limpeza adequada é compatível como uma forma grave de maus-tratos”, escreveu a veterinária, que solicitava providências à administração municipal.

O DCmais aguarda resposta da Prefeitura de Ponta Grossa em relação à reposição de medicamentos e de vacinas para os animais atendidos pelo CRAR.

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