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Praça do Ponto Azul é a que mais tem moradores de rua

Praça do Ponto Azul é onde mais concentra moradores de rua
Foto: Arquivo DC/José Aldinan

Ponta-grossenses que trabalham no Centro dizem que aumentou número de brigas, furtos e homicídios na região

A Praça Barão do Rio Branco, mais conhecida como Praça do Ponto Azul, atualmente é a que mais concentra moradores de rua em Ponta Grossa. Na região central da cidade, há anos o espaço é utilizado por usuários de droga, mas comerciantes da região observaram que a situação se agravou durante a pandemia.

Ontem (16) pela manhã a reportagem se deparou com vários grupos de moradores de rua dispersos em diferentes pontos da praça. A situação tem preocupado tanto as pessoas que trabalham no entorno como os estudantes do Colégio Estadual Regente Feijó, que fica ao lado.

Praça do Ponto Azul é onde mais concentra moradores de rua
Moradores de rua passam o dia concentrados na Praça Barão do Rio Branco – Foto: José Aldinan

“Trabalho aqui há mais de 15 anos e percebo que a quantidade de moradores vem aumentando gradativamente”, disse um comerciante que preferiu não ser identificado, talvez para evitar represálias dos “vizinhos”.

Outro comerciante da área, que também pediu para não ter o nome citado, disse que  “do ano passado pra cá o número de furtos, brigas e homicídios na região também cresceu. No final do ano passado um rapaz foi esfaqueado e morreu aqui”. Acrescentou que sente “muito medo porque o meu estabelecimento já foi arrombado e, por isso, contratei uma empresa de monitoramento para reforçar a segurança quando eu preciso fechar”.

O empresário contou que alguns estudantes do colégio também já sofreram agressões ao passar na praça. Na última quarta-feira (16), pela manhã uma viatura da Polícia Militar estava no local para acompanhar a saída dos alunos.

Praça dos Polacos

Pessoas que trabalham próximo da Praça Barão de Guaraúna, conhecida como Praça dos Polacos, disseram que a concentração dos moradores de rua no local se dá sempre nas primeiras horas da manhã, mas que a movimentação desse grupo diminuiu bastante.

“O movimento reduziu desde o começo do ano, depois que um deles ateou fogo na guarita dos taxistas. Alguns foram presos e eles começaram a migrar para outros lugares, incluindo a Praça Barão do Rio Branco”, disse um comerciante que trabalha há 22 anos próximo da praça.

Centro

Um morador da Rua Balduíno Taques disse que o problema não se concentra somente nas praças, mas em toda a região central. “Moro próximo ao Cemitério Municipal e precisei colocar uma tranca de ferro na porta do meu prédio. Eles nos abordam na rua todos os dias e fazem suas necessidades na porta das nossas casas. Sem contar o uso de drogas. Já chamamos a polícia, mas a situação continua”, contou.

“É impossível passar a pé pela Balduíno Taques às 6h30 da manhã por conta da concentração dos moradores de rua. Muitos usam drogas e nos abordam na hora que estamos chegando para trabalhar”, disse a funcionária de um comércio da região. Também tem sido muito comum encontrar pessoas dormindo embaixo de marquises de prédios e lojas na região central.

Na Praça Marechal Floriano Peixoto, ao lado da Catedral, no Parque Ambiental e na Praça Duque de Caxias, não avistou nenhum morador de rua. A assessoria de imprensa da Prefeitura de Ponta Grossa foi procurada, mas até o fechamento desta edição não havia enviado retorno.

SAIBA MAIS

A reportagem percorreu quatro praças e um parque na manhã de quarta-feira (16), logo depois que um morador de rua foi encontrado morto com marcas de sangue, próximo à agência dos Correios na esquina da Avenida Vicente Machado e a Rua Augusto Ribas.

Moradores de rua Ponta Grossa
Tem sido muito comum encontrar pessoas dormindo embaixo de marquises de prédios e lojas na região central – Foto: José Aldinan

Homem é encontrado morto sob marquise dos Correios

Por volta das 7h30 da manhã de quarta-feira (16) a Polícia Militar recebeu a informação que havia um homem morto sob a marquise da agência Centro dos Correios de Ponta Grossa. O morador de rua estava de bruços. Um policial informou que o corpo tinha manchas de sangue em ferimentos na face e na cabeça, e que havia saído sangue pela boca.

As informações iniciais sugerem que a morte seja decorrente de agressão. Pouco depois, quando a reportagem percorria as praças centrais da cidade, moradores de rua disseram que conheciam o morto e que entre eles era chamado de Tanaka.

“Ele era bem conhecido e sempre estava aqui na praça. Ontem (16) ele chegou aqui chorando, vomitando sangue e contou que havia apanhado muito”, disse, na Praça Barão do Rio Branco, um conhecido da vítima. A Criminalística coletou informações, o corpo foi recolhido ao IML e a Polícia Civil deve investigar. 

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