em

Ponta Grossa terá unidade regional da Invest Paraná

Anúncio foi feito pelo diretor-presidente da Invest Paraná, José Eduardo Bekin, nesta sexta-feira

(Foto:Fábio Matavelli)

José Eduardo Bekin, diretor-presidente da Invest Paraná, organização que funciona como uma ponte entre o governo do Estado e a iniciativa privada para apoio a empresas locais e atração de novos investimentos, anunciou, em entrevista ao dcmais e Diário dos Campos nesta sexta-feira (29), que a Invest Paraná está descentralizando suas atividades e, com isso Ponta Grossa terá um escritório que atenderá a região.

“A Invest Paraná é uma porta de entrada de todos os investimentos, incentivos entre setor privado e o setor público. Queremos passar todo o know how que adquirimos para 24 cidades polos – neste ano serão pelo menos 12”, destacou à repórter Millena Sartori. Ponta Grossa é a segunda cidade em que o acordo de compromisso com a Prefeitura foi assinado para implantação do escritório regional; a primeira foi Maringá, na quinta-feira (28).

Bekin ressalta que em 2019 e 2020, a Invest Paraná acumulou uma série de tratativas que foram vitoriosas. “Conseguimos trazer para o Paraná números surpreendentes e Ponta Grossa foi uma das campeãs em investimentos privados de empresas”. No entanto, para 2021, ele avalia um cenário menos favorável. “Prevemos alguns problemas, como inflação, empresas que estão se desestimulando a fazer novos investimentos”. Assim, a regionalização da Invest Paraná é uma forma de tentar reverter este cenário.

A escolha de Ponta Grossa para sediar a unidade é pelo fato de que “Ponta Grossa é um fenômeno”. “O que o que aconteceu nos últimos dois anos na entrada de empresas graças à gestão do [ex-prefeito] Marcelo [Rangel] foi fantástico. Queremos usar a experiência do município e somar as ferramentas que temos”, frisa.

Conforme Bekin, caberá à prefeitura de PG escolher os profissionais que representarão a Invest Paraná no município. Eles terão os mecanismos, acessos aos sistemas de inteligência, algoritmo e farão os protocolos para agilizar os trâmites, aproximando a negociação entre governo estadual e empresas. A prefeitura informou à Redação que o protocolo foi assinado e a administração está cuidando, inicialmente, dos trâmites necessários à adequação da estrutura para operacionalizar o funcionamento do escritório.

Fomento da tecnologia e turismo

O setor industrial de Ponta Grossa representa 60% de todas as riquezas geradas anualmente no município. Entre as principais vocações estão as atividades nos ramos metalmecânico, setor de alimentos, borracha e automobilismo. Conforme Bekin, estes setores precisam ser fomentados cada vez mais. No entanto, além disso, ele cita a importância de estimular a tecnologia e o turismo. “O ecossistema de tecnologia e inovação precisa ser fomentado; fazer os nossos jovens estudarem mais programação, além do setor público trabalhar isso como uma política social”.

O segundo setor que precisa de estímulo é o turismo. “Ponta Grossa e região têm vocação para o setor de turismo muito forte: veja o que está acontecendo em Vila Velha mesmo durante a pandemia com a concessão do Parque. Esta vocação em Ponta Grossa e região deveria ser explorada, trabalhado melhor os receptivos”, avalia.

Setor automobilístico

A pandemia de covid-19 acabou atrasando o início da operação da TatraBras, futura unidade ponta-grossense da montadora tcheca de caminhões Tatra Trucks. A previsão era que a produção iniciasse ainda no primeiro semestre desde ano, mas acabou ficando para o segundo. Bekin afirma que embora haja um cronograma estabelecido e a definição quanto à prorrogação dos incentivos caiba à Secretaria Estadual da Fazenda, certamente o momento de pandemia deve ser respeitado e haverá dilação nos prazos. Ainda em relação à TatraBras, a expectativa é que com a instalação da unidade, outras indústrias ligadas ao grupo – são mais de 20 – possam se instalar em Ponta Grossa. Quanto a isso, Bekin aponta que as negociações são feitas com acordos de sigilo, mas adianta que “pelo menos duas ou três unidades do grupo devem vir para o Paraná”.

Investimentos no setor cervejeiro

Bekin destaca que uma das principais vocações da região é na agroindústria. Em 2020, a Heineken anunciou R$ 865 milhões na ampliação de sua unidade em Ponta Grossa. Em janeiro deste ano, a Ambev, por sua vez, anunciou investimentos de R$ 385 milhões no Paraná, sendo R$ 370 milhões na ampliação da unidade em Ponta Grossa. Neste sentido, ele ressalta os benefícios dos investimentos no que diz respeito à geração de imposto e na empregabilidade.

Além disso, afirma que o fomento para que indústrias ampliem seus parques é importante porque quanto maior for o parque industrial, maior a chance da indústria permanecer no local onde está instalada quando acaberem os incentivos.

Sondagens

Quanto a sondagens referente à implantação de unidade de uma multinacional fabricante de macarrão instantâneo e de uma indústria de bolacha em Ponta Grossa, Bekin reforça a existência de acordos de confidencialidade e que antecipar anúncios pode ser prejudicial para a negociação. “Quando tiver algo definido, o primeiro a anunciar será o governador”, frisa. Segundo ele, já há alguns investimentos confirmados para o Paraná que aguardam agenda do governador Ratinho Junior para serem anunciados.

Oportunidades para a região

Bekin reforça que a ideia de implantar um escritório da Invest Paraná em Ponta Grossa é estimular o desenvolvimento de forma regionalizada, evitando que a cidade cresça de forma desordenada. “Quando uma indústria se estabelece aqui ou vai ampliar seu parque fabril, a intenção é verificar quais indústrias menores existentes na região podem suprir as necessidades na cadeia produtiva. Isso cabe a Ponta Grossa. Se o Estado ajudou Ponta Grossa, agora cabe a Ponta Grossa ajudar a região. Só desta forma vamos superar 2021”.

Participe do grupo e receba as principais notícias da sua região na palma da sua mão.

Entre no grupo Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.