em

Ponta Grossa tem o maior índice de veículos que pegam fogo

Arte: dcmais

Um carro sai do estacionamento de um supermercado na Avenida Carlos Cavalcanti em chamas. Mesmo diante do perigo, o motorista guia o veículo até um local seguro e espera do lado de fora a chegada do socorro. A cena registrada nesta semana em uma das principais vias de Ponta Grossa é mais comum do que se imagina.

O 2° Grupamento do Corpo de Bombeiros atende na cidade, em média, duas ocorrências do mesmo tipo por semana. Em proporção com o tamanho das frotas é o número mais alto entre os principais municípios do Paraná.

Só nas primeiras semanas do ano, as equipes do 2° GB, conforme os relatórios, somam dez atendimentos semelhantes. Em 2020 foram 104 veículos pegando fogo e que precisaram de auxílio das viaturas.

Cena nesta semana chamou a atenção e assustou. Imagem: Reprodução

No quantitativo absoluto, Ponta Grossa está atrás de Curitiba, com 231, e Londrina, com 128. Contudo, a frota de veículos das duas maiores cidades do Paraná também são bem maiores. Proporcionalmente, o município dos Campos Gerais soma a maior quantidade de ocorrências.

Considerando a frota de 217.903 de Ponta Grossa, é possível indicar que um a cada 2.096 veículos pegaram fogo no ano passado. Londrina, por exemplo, tem um a cada 3.069. E, Curitiba, um a cada 6.363. Entre as mais populosas, Foz do Iguaçu é a segunda. A média na tríplice fronteira é de um incêndio a cada 2.362 veículos.

Particularidades

Os bombeiros não conseguem mensurar as peculiaridades que fazem Ponta Grossa liderar o ranking. Mas especialistas afirmam que, diferente do senso comum, não são apenas modelos antigos de carros que protagonizam cenas quase cinematográficas de incêndios. Eles são mais vulneráveis, mas a falta de manutenção adequada é a causa da maior parte das ocorrências.

“Nos antigos, as peças são mais suscetíveis a rompimentos. A própria trepidação natural pode ocasionar desencaixes e vazamentos. Com o tempo também ocorre o ressecamento de itens”, indicam. Para diminuir as chances de um incidente, a manutenção preventiva é a solução. Porém, ela precisa ser realizada por um bom mecânico, pois a colocação incorreta de peças amplia as chances de incêndio.

Também existe o risco de itens deixados no interior do veículo, principalmente sobre os assentos, causarem as chamas. “Celulares e isqueiros são os objetos com maior risco de explosão, mas até mesmo garrafas pets vazias podem favorecer um incêndio”, comentam.

Extintor

Após um período de discussões sobre a necessidade de os veículos serem equipados extintor, o equipamento não consta no Código de Trânsito Brasileiro como item obrigatório. A exigência ficou mantida somente para os veículos comerciais, como ônibus e veículos destinados ao transporte de produtos inflamáveis, líquidos e gasosos.

‘Seu Gilberto’ levou susto ao lado do neto

Uma das vítimas de incêndio em meio de transporte na cidade foi Gilberto Padilha. Há pouco mais de um ano o idoso guiava o Uno (modelo antigo) pelo Jardim Carvalho ao lado do neto de 14 anos. O adolescente percebeu quando começou a sair fumaça por baixo do banco do passageiro. ‘Seu Gilberto’ tentou combater as chamas com o extintor, mas não foi o suficiente. Quando os bombeiros chegaram, o carro, que servia como ganha pão da família, estava destruído.

O veículo não tinha seguro e nenhuma manutenção recuperaria o automóvel. A história do idoso comoveu muita gente, pois ele usava o automóvel para entrega de recicláveis. Então, o proprietário de uma revenda no Santa Paula tomou a decisão de doar um carro usado para a família, dando a chance de ‘Seu Gilberto’ seguir trabalhando.

À época, o carro que pegou fogo estava com o idoso há um ano. Ele não faz ideia do que ocasionou o incêndio.

Participe do grupo e receba as principais notícias da sua região na palma da sua mão.

Entre no grupo Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.