A organização da 96ª edição da Corrida Internacional de São Silvestre divulgou nesta semana os resultados gerais dos milhares de participantes do evento esportivo. Na elite, a prova consagrou o etíope Belay Bezabh e a queniana Sandrafelis Tuei como os campeões. No entanto, há outros nomes de destaque. Entre eles está o da ponta-grossense Maria Aparecida Chaves Vaz, de 55 anos, que fechou os 15 quilômetros na 12ª posição geral.
Com 1h10min10s, Mary Vaz foi a melhor de sua categoria na São Silvestre. Resultados que certamente a deixaram contente, não? Em partes. A representante da equipe Cavali, de Ponta Grossa, gostou das colocações, mas admite que o tempo final ficou abaixo do que pode render.
“Esse [tempo] foi bem ruim”, avalia a corredora. Por questões particulares, Mary esteve nos Estados Unidos até a antevéspera da prova e lá encarou dificuldades para manter a rotina de treinos.
“Lá estava muito frio e não consegui fazer a planilha de treinos como deveria. Tinha dia que não dava para treinar. Não consegui fazer as rodagens direito. Foi ruim. Também não suplementei. Fui para a São Silvestre com a cara e a coragem”, conta.
A ponta-grossense pretendia ficar mais tempo nos Estados Unidos, mas o agravamento da contaminação pela variante Ômicron do coronavírus mudou os planos pessoais e profissionais da atleta. Em cerca de 48 horas precisou se adaptar do frio norte-americano para o verão brasileiro.
“Eu sabia que iria fazer esse tempo mais alto na São Silvestre. Sofri bastante. Me deu vontade de parar em certa altura da prova”, confessa a corredora, que está acostumada a diferentes distâncias nas provas de rua e que vinha de treinamentos de maratona, ou seja: 42 quilômetros.
“Nem me atentei ao relógio. Achei até que o tempo seria maior, pois corri do jeito que deu”, comenta Mary Vaz.
Histórias
Mas a São Silvestre não é feita apenas de resultados. Pelo contrário, a corrida reserva dentro do grande pelotão diferentes perfis, culturas e histórias. Uma delas foi proporcionada por três ponta-grossenses. O casal Isaac Adriano de Souza e Anny Karoline da Luz Neves levaram a mãe do rapaz, Roseli das Graças Antunes de Andrade, para participar do evento pelas ruas de São Paulo.
![](https://dcmais.com.br/wp-content/uploads/2022/01/270937972_4162127637220939_7975412822601890936_n.jpg)
O trio cruzou a linha de chegada junto, completando os 15 quilômetros em quase 3 horas e acompanhando o ritmo de Roseli, de 63 anos de idade.
Outro relato veio de Edson José Lima da Silva, que em 2020 perdeu a mãe para a covid-19 e teve a doença. “Depois de chegar a essas condições extremas, pensei: só se vive uma vez. A partir desses momentos de privação de condições estou vivendo cada momento de forma única, participando de cada prova, visitando cada estado do Brasil, visitando cada país no mundo, não pelos outros, mas por mim mesmo, me permitindo desfrutar de sensações que minha querida mãe não teve tempo de desfrutar”, relatou nas redes sociais ao completar a prova internacional em São Paulo.
![](https://dcmais.com.br/wp-content/uploads/2022/01/Edson-1024x759.jpg)
Desempenho de ponta-grossenses na 96° São Silvestre
113°) Everson de Quadros Carneiro – 59min39s
12°) Maria Aparecida Chaves Vaz – 1h10min10s
334°) Isac Lauriche – 1h06min14s
1898°) Luiz Moacir Havrechaki Júnior – 1h23min26s
4658°) José Roberto Alves dos Santos – 1h39min06s
5525°) Douglas Rodrigues – 1h43min43s
8271°) Edson José Lima da Silva – 1h59min47s
2760°) Katia Furian – 2h03min08s
10874°) Isaac Adriano de Souza – 2h47min14s
4457°) Roseli das Graças Antunes de Andrade – 2h47min14s
4458°) Anny Karoline da Luz Neves – 2h47min14s