A luta contra a covid é uma das cicatrizes deixadas por 2021. A população ganhou como aliadas as primeiras vacinas contra a doença que matou milhares de brasileiros. Centenas deles ponta-grossenses. Ainda em janeiro o país deu início à imunização em massa. A primeira dose chegou à sede da 3ª Regional de Saúde, em Ponta Grossa, no dia 19 de janeiro. Foi numa manhã de terça-feira que a enfermeira Terezinha Pelinski da Silveira, de 53 anos, recebeu a dose de Coronavac. De lá para cá foram 542.626 aplicações em moradores da cidade.
Naquele dia de janeiro, Ponta Grossa ainda não tinha passado pela pior onda da doença, mas já contabilizava 15.855 contaminações, 250 mortes e 75 pessoas internadas. Foi um período de cirurgias eletivas suspensas, toque de recolher e funcionamento do comércio somente para atividades essenciais. A pandemia durava quase um ano, mais precisamente 312 dias, quando Ponta Grossa recebeu as primeiras doses de vacina.
A primeira remessa enviada pelo Ministério da Saúde ao Paraná continha 256,6 mil doses do imunizante CoronaVac (aprovado para uso emergencial pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa, um dia antes). Elas desembarcaram no Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, por volta das 19h do dia 18 de janeiro.
Às 21h30 do mesmo dia, a enfermeira do Complexo Hospitalar do Trabalhador (CHT), Lucimar Josiane de Oliveira, de 44 anos, foi a primeira paranaense a ser vacinada contra o coronavírus. O governador Ratinho Júnior então declarou aberta a campanha de vacinação contra a doença em todo o estado.
A descentralização das doses começou na manhã do dia seguinte. As regionais de saúde mais próximas de Curitiba receberam os imunizantes via terrestre. Um caminhão do Governo Estadual foi responsável por fazer o traslado para Ponta Grossa naquela manhã em que a enfermeira Terezinha recebeu a primeira dose da cidade. O enfermeiro Thiago Bueno foi o primeiro profissional de saúde a aplicar a dose da vacina.
No total, os 19 municípios dos Campos Gerais abrigaram 7.880 doses na primeira remessa. Dessas, 2.850 ficaram em Ponta Grossa para imunização de profissionais da saúde – público prioritário.
PG recebeu mais de 620 mil doses
Desde janeiro mais de 19 milhões de vacinas contra a covid-19 foram distribuídas aos 399 municípios do Paraná. São provenientes dos quatro laboratórios aprovados pela Anvisa: Coronavac, Astrazeneca, Pfizer e Janssen. Deste montante, 628.472 doses vieram para Ponta Grossa.
Conforme os dados disponibilizados pelo Vacinômetro, a Fundação Municipal de Saúde aplicou 542.626 doses. Com as segundas doses e doses de reforço, a efetividade e a segurança dos imunizantes ficaram indiscutíveis e evidentes na análise do atual cenário epidemiológico. Ponta Grossa está há 13 dias consecutivos sem óbitos pela doença.
A primeira dose foi aplicada em 99,1% da população acima de 12 anos (289.396 pessoas). Já a aplicação de segunda dose em Ponta Grossa atingiu por enquanto 81,9% da mesma faixa etária (239.151 pessoas).
Desde novembro o Ministério da Saúde sinaliza a necessidade de dose reforço para toda a população adulta. Até então, a dose extra se destinava apenas a idosos, imunossuprimidos e profissionais de saúde. Mais de 800 mil doses reforço já foram aplicadas no Paraná. 28.205 em ponta-grossenses.
“Não há dúvidas de que a vacinação foi e continuará sendo nossa principal ferramenta contra esse vírus. Os dados atuais nos mostram um cenário mais esperançoso e próximo de chegar ao fim desta guerra que já dura quase dois anos. Precisamos continuar vacinando e acreditando que logo sairemos vitoriosos”, diz o secretário estadual da Saúde, Beto Preto.
Os números da vacinação devem aumentar em breve. Isso porque a vacina em crianças de 5 a 11 anos foi aprovada pela Anvisa. O Paraná aguarda a oficialização do Ministério da Saúde sobre a administração destas doses, bem como o envio das doses específicas.
Paraná vai manter até abril hospitais exclusivos para covid
O Governo do Paraná informa que vai manter os três hospitais próprios abertos para atendimento exclusivo à covid-19 (Regional de Ivaiporã, Guarapuava e Telêmaco Borba), de maneira preventiva até 30 de abril, podendo ser alterado de acordo com a necessidade epidemiológica no Estado.
Desde o início da pandemia até hoje o pagamento das diárias de disponibilidade e ocupação das enfermarias foi custeado integralmente com recursos do Governo do Estado e as UTIs com participação do governo federal e estadual. Mais de R$ 492,4 milhões foram empenhados para estes pagamentos.