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Ponta Grossa 198 anos: Indústrias projetam R$ 7 bi em investimentos

DAF Ponta Grossa fica localizada às margens da PR 151 (Foto: Divulgação)

A dois anos de completar dois séculos de história, Ponta Grossa desponta como um polo de atração de investimentos. Na última década, mais de 40 grandes empresas se instalaram ou ampliaram a sua operação na cidade, que conta com o maior parque industrial do Paraná – e há pelo menos outros treze grandes investimentos industriais anunciados ou já em andamento no município.

As áreas são diversas: produção de alimentos, bebidas, caminhões, ferramentas elétricas, componentes automotivos, papelão, móveis, entre outros – e, juntos, eles ultrapassam a marca de R$ 7 bilhões. A seguir, saiba mais sobre cada um deles.

Ponta Grossa 198 anos

Produção de cervejas

A produção cervejeira, que é destaque em Ponta Grossa devido à presença de duas multinacionais e diversas microcervejarias que, juntas, produzem mais de R$ 1,3 bilhão de riquezas por ano, estará ainda mais robusta quando a cidade completar os seus 200 anos: o setor está mobilizando cerca de R$ 4,23 bilhões de novos investimentos.

O maior deles, de R$ 3 bilhões, é referente à construção de uma maltaria. O empreendimento, fruto de uma parceria entre seis cooperativas – Agrária (Guarapuava), Bom Jesus (Lapa), Capal (Arapoti), Castrolanda (Castro), Coopagrícola (Ponta Grossa) e Frísia (Carambeí) – deve começar a ser erguido ainda neste ano.

A previsão é de que a primeira etapa, de R$ 1,5 bi, seja finalizada até 2023, e a segunda seja iniciada em 2028 e concluída em 2032. A Maltaria Campos Gerais ficará localizada na PR-151, próxima à unidade já existente da Frísia em Ponta Grossa.

(Foto: Arquivo DC)

Antes mesmo de ter as obras iniciadas, a fábrica de malte já fechou um contrato de 10 anos com a cervejaria Heineken – outra gigante que aplicou um montante milionário na sua operação local e está finalizando um investimento de R$ 865 milhões. Iniciadas no ano passado, nas obras estão em fase final, mas já atingiram o seu objetivo: ampliar em 75% a capacidade de produção da planta, que passa a se tornar a 3ª maior operação do Grupo Heineken no Brasil.

Sem ficar para trás, no início deste ano a cervejaria Ambev também anunciou que iria ampliar a sua unidade local, aplicando R$ 370 milhões para ampliar a capacidade de produção de cervejas puro malte e uma nova linha de envase para abastecer o Sul e Sudeste do País. Segundo informações de bastidores, a multinacional também já teria firmado contrato com a maltaria.

Produção de alimentos

A produção de alimentos também está sendo ampliada em Ponta Grossa, com pelo menos R$ 2,38 bilhões projetados. A rede de restaurantes Madero, que mantém a sua Cozinha Central no Distrito Industrial da cidade, anunciou em maio um investimento de R$ 1 bilhão para a construção de uma fábrica de compostagem, uma de contêineres e um segundo complexo fabril, uma vez e meia maior do que o que já está em funcionamento. A previsão de início das operações é para o começo de 2024.

Este ano, a marca oficializou a sua abertura de capital na Bolsa de Valores brasileira (B3) protocolando o pedido do seu “IPO” (do inglês, oferta pública de ações) e quer ser avaliada em R$ 7 bilhões. 50% do valor levantado deve ser aplicado na expansão de novos restaurantes, renovação da frota e cozinhas centrais – e como grande parte da frota é emplacada em Ponta Grossa, que também sedia as cozinhas centrais que produzem alimentos para todos os restaurantes, uma parcela expressiva do valor será investida na cidade.

Sede do grupo fica em Ponta Grossa. Unidade produz alimentos para todos os restaurantes (Foto: Arquivo DC)

A BRF, que tem a sua maior fábrica de pizzas do país também localizada na maior cidade dos Campos Gerais, igualmente está expandindo a sua produção – e não só das famosas “redondas”, mas ainda de outros produtos da sua linha de congelados. Em maio foram iniciadas as obras de modernização de sua planta industrial para implantação de uma nova linha de produção de pratos prontos. Valores e prazos não foram divulgados pela indústria.

Ainda no ramo alimentício, outra novidade é a construção de uma queijaria, fruto de uma parceria entre as cooperativas que compõem a Unium (Frísia, Castrolanda e Capal). O investimento total é de R$ 379,72 milhões e o protocolo de intenções foi aprovado este mês pela Câmara Municipal.

Um investimento que ainda aguarda confirmação é a construção de uma unidade da Nissin em Ponta Grossa, o que consolidaria o Distrito Industrial Norte (já formado pela Frísia, DAF e pelas novas queijaria e maltaria). A gigante japonesa que produz marcas como Miojo e Cup Noodles se reuniu com o Executivo Municipal no fim do ano passado afirmando que estava projetando um investimento de R$ 1 bilhão para a planta que seria a terceira e maior do país, mas ainda não anunciou a escolha pelos Campos Gerais.

Produção de veículos

Ponta Grossa sedia, desde 2013, a montadora de caminhões DAF, do Grupo Paccar, que nos últimos anos vem ampliando a sua estrutura local com a abertura de um centro de distribuição de peças, o Paccar Parts, que recebeu R$ 200 milhões em investimentos, e de uma unidade da instituição financeira do grupo que detém as marcas DAF, Kenworth e Peterbilt, a Paccar Financial, que recebeu um aporte inicial de R$ 100 milhões.

O setor tende a ficar ainda mais robusto com a instalação da Tatra Trucks, montadora tcheca que está programando iniciar a sua produção de caminhões pesados no início de 2022. Estão sendo investidos R$ 102 milhões na planta, que contará ainda com uma pista de testes no Distrito Industrial.

(Foto: José Aldinan/Arquivo DC)

Já em relação à fabricação de componentes automotivos, a Continental, que conta com uma unidade da sua divisão Contitech em Ponta Grossa, está finalizando as obras para a sua ampliação fabril. A empresa não divulgou detalhes sobre a ampliação, mas informações apuradas pela reportagem do DC apontam que esta é a segunda fase da construção e acontece depois de uma ampliação realizada em 2019, quando a marca comprou um novo maquinário para fabricar outros tipos de produtos.

Produção de ferramentas elétricas

No ano passado a Makita oficializou um protocolo de intenções junto à Prefeitura de Ponta Grossa de fazer novos investimentos na fábrica da cidade. A perspectiva é que a indústria de ferramentas elétricas invista anualmente R$ 100 milhões por 5 anos, através de investimentos diretos e compras de matéria-prima e produtos para revenda em toda a sua cadeia produtiva. O objetivo é produzir novos equipamentos para atender o mercado interno e toda a América do Sul.

Fábricas que podem ser anunciadas

Há, ainda, outros investimentos industriais que podem ser oficializados em breve. Um deles é a Bras-Onda, empresa curitibana que fabrica embalagens de papelão ondulado e já teria comprado um terreno no Distrito Industrial de Ponta Grossa para a abertura de uma unidade, e a Felico Móveis, gaúcha que fabrica móveis planejados sob medida e estuda a transferência da sua sede de Flores da Cunha/RS para a maior cidade dos Campos Gerais.

Os antigos barracões do IBC, que estão sem uso há 11 anos, também têm perspectiva de se transformarem em um novo polo fabril. A cessão do local será analisada pela Câmara de Vereadores para ser destinada à STK Logística e Transportes LTDA (do grupo da Cervejaria Stark) e à DFGC Serviços de Corte em MDF LTDA (do Grupo GMAD) que, juntas, devem investir pelo menos R$ 3,8 milhões.

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